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Meio Ambiente

Programa de preservação avança, mas fazendeiros ainda "resistem" à adesão

Produtores alegam "insegurança" para aderir programa

Michel Faustino | 16/03/2015 18:22
Avanços proporcionados por programa são positivos. (Foto: Marcelo Calazans)
Avanços proporcionados por programa são positivos. (Foto: Marcelo Calazans)
Comissão formada por diversos órgãos visitou complexo do Guariroba na tarde de hoje. (Foto: Marcelo Calazans)
Comissão formada por diversos órgãos visitou complexo do Guariroba na tarde de hoje. (Foto: Marcelo Calazans)

Os resultados obtidos ao longo dos últimos quatro anos de implantação do Programa Manancial Vivo, que atende produtores rurais das bacia do Guariroba e Saltinho, impressionam de forma positiva, mesmo que quase imperceptíveis a olho nu. Porém, mesmo com todos os benefícios e informação, a falta de adesão de alguns produtores por "descrença" preocupa.

Durante visita técnica realizada na tarde de hoje (16) por uma comissão formada por representantes de diversos órgãos com o objetivo de verificar as condições do manancial que já foi responsável por 54% do abastecimento de água na Capital e, hoje, atende menos de 40%, o vice-presidente da Associação dos Produtores da Bacia do Guariroba, Luiz Henrique Faraco, proprietário da Estância São Luiz, afirmou que existe uma preocupação por parte dos produtores quanto a segurança do projeto. Segundo ele, por questões burocráticas, o programa caiu em descredito, o que dificulta a integral adesão dos produtores.

“Existem muitos (produtores e proprietários de terra) que acabam deixando de atender as recomendações pelo fato de não terem a segurança, se irão receber. E são questões políticas, que acabam travando tudo”, ponderou.

Segundo o engenheiro Sergio Luiz Ferreira Júnior, representante da Semadur (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), até hoje, o programa investiu mais de R$ 1 milhão em ações de preservação ambiental e R$ 118 mil em contratos de PSA (Pagamento por Serviços Ambientais).

O engenheiro ressalta que essas medidas são ações de manejo adotadas em propriedades rurais com o principal objetivo de preservar a bacia que abastece Campo Grande. Segundo ele, as ações de manejo compreendem a construção de curvas de nível, cercamento, proteção das nascentes e mudança no sistema de bebedouros para o gado nas propriedades, evitando o pisoteamento de áreas responsáveis pelo abastecimento da foz do Guariroba.

Custeio e adesão – O Programa Manancial Vivo “paga” 40% dos custos do produtor rural com um projeto de preservação. O primeiro edital do projeto permitia contrato com 15 produtores rurais, mas apenas sete foram firmados.
No entanto, devido às vantagens do projeto, 22 interessados se inscreveram para o 2º edital e 15 contratos foram firmados, número mantido no lançamento desta 3ª fase.

Conforme o pesquisador da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Teodorico Sobrinho, a foz do Guariroba produz, atualmente, uma média de 5 mil litros de água por segundo, mas que no entanto, os níveis de produção já foram maiores.

Segundo ele, uma das formas de voltar a aumentar o volume de água é controlar a quantidade de sedimentos que vão parar no lago da represa do Guariroba e com isso é necessário que todos os procedimentos sejam adotados.

Audiência Pública – a “saúde” do Guariroba, será discutida nesta quinta-feira (19), em uma audiência pública realizada pela Câmara Municipal de Campo Grande, por meio da Comissão Permanente de Meio Ambiente, presidida pelo vereador Eduardo Romero (PT do B).

De acordo com o parlamentar, é preciso debater sobre a situação dos mananciais da cidade, dos sistemas de captação de água e programas como o Manancial Vivo que, que por meio de PSA (Pagamento de Serviços Ambientais), determina ações de manutenção e preservação.

"O assunto água possui um grande leque de temas para ser debatido pelos poderes e a sociedade. Por isso, quem participa da audiência contribui e esclarece", diz o vereador.

* Matéria editada às 10h para acréscimo de informações.

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