Canabidiol melhora qualidade de vida de bulldog com câncer terminal
Tratamento alternativo é recomendado por veterinários para cães com dores crônicas e tumores
O diagnóstico repentino da Bulldog Francês Swatch pegou a jornalista Veruska Donato de surpresa. Há 10 anos com ela, um emagrecimento repentino acendeu um alerta e mostrou que algo não estava bem no organismo da companheira de vida. O desespero tomou conta, mas um tratamento com o polêmico canabidiol melhorou drasticamente o quadro e devolveu à vida a Swatch.
O Lado B já fez algumas matérias explicando os benefícios dos produtos veterinários feitos à base de cannabis. Você encontra o conteúdo aqui ou no final desta matéria.
A perda de peso no início pareceu algo normal para Veruska, mas o quadro começou a preocupar quando as costelas dela começaram a ficar mais aparentes e um inchaço na barriga surgiu. Em fotos antigas, Swatch aparece bem diferente da cena que a jornalista viu durante alguns meses.
“No começo eu e meu marido notamos apenas o emagrecimento, as costelas dela ficavam aparecendo e, como ela é branquinha, parecia aquelas vacas Nelore que ficam no pasto durante a seca. Achamos que era normal, porque havíamos trocado a ração que ela comia por uma sênior, por causa da idade dela. Mas aí notamos o inchaço na barriga e levei à veterinária, que constatou que tinha algo errado e pediu os exames.”
Em dezembro de 2024, Swatch passou por exames que não apontaram nada. Em abril deste ano, o diagnóstico chegou após novos testes. O câncer apareceu primeiro no fígado, mas apontaram que a doença está em metástase e que pode comprometer se espalhar para o pulmão, rim e cérebro.
“No começo eu chorei muito, quase uma semana chorando todos os dias, meio que me despedindo, mas já tinha na minha cabeça que ela não passaria por quimioterapia, pois é um tratamento muito debilitante e difícil para cães mais velhos. Conversei com a veterinária sobre as alternativas que tínhamos, ela falou de cirurgia, biópsia não invasiva, quimioterapia, radioterapia.”
A ideia era abrir, observar o tumor e retirar o que os médicos veterinários conseguissem. Segundo eles, assim o cãozinho ganharia mais tempo de vida.
“Quando os cirurgiões abriram, viram que o tumor era grande demais, estava totalmente enraizado no fígado e qualquer lugar que cortassem poderia dar hemorragia. A Swatch teve um princípio de hemorragia e eles fecharam, recolheram apenas amostras pequenas para a biópsia. A ideia era investigar o grau e a agressividade do tumor.”
Após estudar alternativas para melhorar a qualidade de vida da cachorrinha, junto aos veterinários, Veruska optou por usar os produtos feitos à base de cannabis. E depois de um mês de uso, o resultado, segundo ela, foi um susto.
“Eu não acho que ela tá curada. Me disseram que o câncer dela não teria cura, os únicos tratamentos seriam para dar qualidade de vida e tempo de vida. Eu optei pelo cannabis porque não queria vê-la sofrendo, não queria que ela sentisse dor. Queria poder abraçar, embalar no meu colo como sempre fiz, acalentar no peito e beijar sem que ela sentisse dor, porque no começo ela rejeitava o nosso toque porque estava muito sensível. Fiquei surpresa com o resultado do cannabis em combinação com a gabapentina (medicamento humano usado em epilepsia para evitar convulsões).”
De acordo com a tutora, o medicamento indicado no caso da Swatch ajudou porque, no começo do quadro, ela tremia muito e não conseguia nem ficar em pé, levantar da cama ou andar.
Ela ficava tonta e desabava no chão. Eu olho para ela agora, 40 dias de gabapentina e 30 dias de cannabis, e vejo que ela tá feliz. Ela dá pulinhos, ela parece que sorri, tá sempre ativa, levanta, sobe nas coisas, não cai mais no chão do nada. Eu mirei em aliviar a dor dela e acabei testemunhando uma cachorrinha renascida. Quanto tempo ela ainda tem? Eu não sei e nem os veterinários sabem.”
Apesar do diagnóstico de que a doença não tem cura, Veruska se alegra com a possibilidade de dar a possibilidade de qualidade de vida para a cachorrinha.
“Se ela partir do jeito que tá, alegre e aparentemente recuperada, terá valido a pena. Você dedicar a um cachorrinho e, no fim, ver que ele está sofrendo é ruim demais, sofrido. Animais são pura bondade, não merecem dor.”
De acordo com Veruska, Swatch sempre foi muito sensível às mudanças de casa e alterações na rotina. Ela também ficava doente com frequência em casos específicos. Quando uma nova integrante chegou à família, ela se recusou a comer, por exemplo. “Ela sempre foi sensível, amorosa, sempre demandou atenção, obediente, ciumenta ao extremo.”
Cannabis no tratamento de doenças
O uso da cannabis medicinal, já usado no tratamento de diversas doenças em seres humanos, também vem ganhando espaço como alternativa no cuidado com a saúde de animais de estimação há alguns anos. Cães, gatos e outros pets possuem um sistema endocanabinoide, o que permite que os efeitos da cannabis medicinal sejam semelhantes aos observados em humanos.
O tratamento tem se mostrado eficaz no controle da ansiedade, do estresse, possui ação anti-inflamatória, auxilia durante sessões de quimioterapia e também no alívio de dores crônicas. Além disso, estimula o apetite dos animais e pode fortalecer o sistema imunológico. Ou seja, ajuda a aliviar sintomas associados ao câncer, por exemplo.
O uso é indicado tanto para cães quanto para gatos. Geralmente, o recurso medicinal entra na vida dos pets quando os medicamentos tradicionais já não oferecem resultado ou estão prejudicando órgãos como fígado e rim.
Fora os benefícios já citados, o óleo tem ganhado destaque no tratamento de diversas condições nos animais por ser mais natural, principalmente em animais com convulsões, doenças neurológicas, alterações comportamentais e artroses.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.