Não bastassem os humanos, até os pets precisam de cuidado emocional
Médica veterinária pontua dicas importantes para que a saúde emocional do seu pet fique em dia
Quem convive com um animal de estimação já deve ter notado, em algum momento, alterações no comportamento do animal, seja para uma versão mais agressiva, triste ou apática. A realidade é que, assim como os humanos, os pets também passam por variações de humor e comportamento, e a saúde emocional dos bichinhos é assunto que precisa ser levado a sério.
Médica veterinária e professora universitária, Iandara Schettert alerta: “O comportamento agressivo ou apático do pet está diretamente relacionado ao estresse”, afirma.
Segundo ela, cães e gatos também vivem picos emocionais. E isso pode se manifestar de várias formas, desde mudanças de humor até ataques. O alerta reacendeu em todo o País, desde que a técnica de enfermagem Natani Santos, de Rondônia, foi atacada pelo próprio cachorro, um chow chow. O caso chamou atenção nas redes e gerou uma dúvida coletiva: será que estamos cuidando da saúde mental dos nossos pets?
“Cada animal, cada espécie e cada raça tem o seu comportamento e o seu temperamento”, explica Iandara. Dependendo do estímulo e nível de estresse, os animais podem ter reações que lembram ansiedade e depressão. No entanto, muita gente confunde sinais de incômodo com “fofura”.
“Hoje a gente tem muito disso. O tutor quer ver o animal mostrando o dente porque acha que ele está sorrindo. Mas muitas vezes ele está demonstrando incômodo e a pessoa insiste porque quer filmar ou tirar uma foto”, alerta.
Para ajudar os tutores a entenderem melhor seus companheiros de quatro patas, a veterinária compartilhou algumas dicas valiosas:
1. Entenda que cachorro não é gente
Quanto mais o pet é tratado como humano, mais se perde sua natureza. “Eles são animais. Precisam expressar comportamentos de cão, e não serem moldados ao gosto do tutor”, diz Iandara. A falta de espaço, estímulo e socialização pode gerar ansiedade, tristeza e até agressividade.
2. Respeite as “cinco liberdades” dos animais
- Liberdade de fome e sede
- Liberdade de desconforto
- Liberdade de dor, ferimentos ou doenças
- Liberdade para expressar comportamento natural
- Liberdade de medo e estresse
Se alguma dessas liberdades for reprimida, o pet pode sofrer emocionalmente.
3. Fique atento às mudanças de comportamento
Mudanças como rosnar de repente, ficar mais quieto que o normal, recusar comida ou se esconder com frequência podem indicar que algo está errado emocional ou fisicamente.
4. Saiba que cada raça tem um temperamento
Segundo Iandara, raças como o chow chow, por exemplo, têm variação intensa de humor e não gostam de serem contrariadas. “É uma raça conhecida por ser mais nervosa e não tolerar apertos e carinhos que limitem sua liberdade.” Já os bulldogs franceses e shitzus, por exemplo, são mais sociáveis, mas também precisam de atenção especial.
5. Evite estímulos que causam medo ou dor
Fogos de artifício são um exemplo clássico. “Mesmo os que dizem ser silenciosos emitem frequências que machucam o sistema auditivo dos cães. Eles relacionam esse som à dor, e tudo que lembrar essa dor vai deixá-los estressados”, explica.
6. Não provoque o animal
Brincadeiras como puxar a orelha, estimular rosnados ou insistir em tirar fotos em momentos em que o animal demonstra desconforto podem gerar reações agressivas. “O tutor conhecendo o temperamento do pet, precisa evitar provocar de jeito nenhum.”
7. Cuide da rotina e do ambiente
Mudanças como a chegada de visitas, um novo animal em casa ou a ausência prolongada dos tutores podem alterar completamente o humor do pet. “Eles sentem a diferença, e isso pode desencadear alterações comportamentais.”
8. Crie um ambiente seguro
Assim como crianças autistas, muitos animais se sentem melhor em ambientes controlados, sem excesso de barulho e com objetos familiares. “Colocar o animal em um espaço fechado e confortável durante picos de estresse é essencial para a sensação de proteção.”
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