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Política

Após acusações e clima tenso, ex-diretor do Consórcio deixa CPI chorando

Vereadores destacam que renovação da frota será cobrada e serviço precário não é mais tolerado

Por Kamila Alcântara e Ketlen Gomes | 16/06/2025 16:26
Após acusações e clima tenso, ex-diretor do Consórcio deixa CPI chorando
Ex-diretor presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, chora durante oitiva na CPI do Transporte (Foto: Reprodução TV Câmara)

Durante nova rodada de questionamentos na oitiva da CPI do Transporte, nesta segunda-feira (16), o ex-diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, admitiu que 97 ônibus da frota atual estão com prazo de validade contratual vencido e terminou suas explicações com lágrimas.

RESUMO

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O ex-diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, emocionou-se durante sua oitiva na CPI do Transporte, ao admitir que 97 ônibus estão com o prazo de validade vencido. Ele responsabilizou a Prefeitura de Campo Grande pelo descumprimento de cláusulas contratuais desde 2013, afirmando que a renovação da frota depende do pagamento de dívidas atrasadas. O vereador Lívio Leite, presidente da comissão, destacou a necessidade de renovação da frota e a responsabilidade compartilhada entre o consórcio e a prefeitura. A audiência evidenciou a precarização do serviço de transporte coletivo, com a prefeitura devendo cerca de R$ 377 milhões ao consórcio nos últimos 13 anos, conforme laudo pericial.

As perguntas foram feitas pelo vereador Ademar Vieira, o Junior Coringa (MDB), que buscava entender os motivos para a não substituição dos veículos.  João responsabilizou a Prefeitura de Campo Grande, alegando que cláusulas contratuais vêm sendo descumpridas desde 2013. “O consórcio não vai comprar ônibus enquanto a prefeitura não cumprir com os valores que estão atrasados. Isso já acontece há anos”, afirmou.

Segundo ele, desde o início da concessão, nenhuma tarifa foi reajustada na data prevista e algumas foram fixadas abaixo do valor estipulado em contrato.

João também citou a ausência de reequilíbrio econômico-financeiro, previsto para o sétimo ano da concessão. “Está no laudo pericial feito a pedido do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Nós temos crédito. O que não temos é dinheiro para pagar. E não vamos comprar ônibus e dar um golpe na cidade. Temos responsabilidade”, disse.

Ao final, Coringa insistiu para que João revelasse o valor da dívida da prefeitura com o consórcio, mas ele não soube informar. “Está sendo calculado pela administração municipal”, justificou.


Emoção - O vereador Wilson Lands (Avante), que não faz parte da Comissão mas pediu oportunidade de fala, perguntou o que poderia ser feito para melhorias no diálogo entre a prefeitura e o consórcio. Foi nesse momento que João Rezende ficou emocionado e chorou copiosamente, sendo consolado pelo filho, que assistia na plateia, e pelo advogado que o acompanhava. Os vereadores tentaram acalmar os ânimos e a participação do ex-diretor presidente se encerrou.

Renovação será cobrada - Após a fala de João Rezende, o presidente da comissão, vereador Lívio Leite (União Brasil), garantiu que a renovação da frota será cobrada, independentemente de quem seja responsabilizado.

“O cumprimento da renovação da frota vai acontecer, de um jeito ou de outro. Seja por parte do consórcio ou da prefeitura. A população de Campo Grande não vai continuar refém de um serviço precarizado”, afirmou.

Para ele, a oitiva evidenciou que há responsabilidades compartilhadas. “O consórcio acusa a prefeitura de não cumprir o contrato e cobra judicialmente. A prefeitura, por sua vez, aponta a precarização do serviço. Estamos avaliando os dois lados.”

Lívio classificou a audiência como importante, por ouvir um dos principais nomes da operação do transporte coletivo. “João Rezende esteve à frente do consórcio desde 2012 até janeiro de 2025. Ele é uma memória viva desse contrato.”

O parlamentar voltou a defender a revisão da concessão. “Esse contrato foi sendo degenerado ao longo do tempo. A prefeitura precisa encarar o transporte coletivo como política pública, assim como saúde, educação e segurança.”

Dívida milionária - No fim de maio, a questão da dívida também foi discutida na Câmara. Conforme laudo pericial do Ibec Brasil, anexado a processo que tramita na 1ª Vara de Fazenda Pública do TJMS, a Prefeitura de Campo Grande teria deixado de repassar cerca de R$ 377 milhões ao Consórcio Guaicurus nos últimos 13 anos.

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