Após confusão, deputados de esquerda e direita desembarcam juntos na Capital
Até quem não se envolveu diretamente em conflito reclamou do atual ambiente no Congresso Nacional
Após protagonizarem ou testemunharem um dos episódios mais conturbados do ano na Câmara dos Deputados, parlamentares de direita e esquerda desembarcaram no mesmo voo, na manhã desta quinta-feira (7), no Aeroporto Internacional de Campo Grande. A chegada ocorreu 12 horas após a sessão marcada por empurra-empurra, acusações de agressão física e protestos que tomaram conta do plenário em Brasília.
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Deputados federais envolvidos no tumulto ocorrido na Câmara, em Brasília, desembarcaram juntos em Campo Grande. A confusão envolveu acusações de agressão física entre a deputada Camila Jara (PT) e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), durante sessão que discutia isenção do Imposto de Renda. Enquanto Jara alega ter reagido a uma cotovelada, Rodolfo Nogueira (PL-MS) acusa a deputada de agressão e afirma que o PL pediu investigação ao Conselho de Ética. Apesar do clima tenso, os parlamentares participaram de seminário sobre o Plano Nacional de Educação (PNE). A relatora do projeto, Tabata Amaral (PSB-SP), busca sugestões da sociedade civil para o novo plano, que deve ser votado até setembro. O objetivo é corrigir as falhas do plano anterior e criar metas para valorizar professores, ensino técnico e inclusão. O deputado Dagoberto Nogueira (PSDB) coordenou o seminário e reforçou o apoio à relatora.
A deputada federal Camila Jara (PT) foi um dos nomes diretamente envolvidos na confusão. Depois de ser acusada de empurrar o colega, ela voltou a afirmar ter sido atingida por uma cotovelada do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante o tumulto e diz ter apenas reagido.
“Na hora do empurra-empurra, o Nikolas me deu uma cotovelada e eu empurrei ele de volta. Acho que ele desequilibrou quando o Hugo [Motta] levantou com a cadeira”, declarou, reforçando que o foco deveria ser no diálogo e na votação da proposta que trata da isenção do Imposto de Renda.
Do outro lado, o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) acusou a parlamentar de agressão. “Ela deu um murro no saco dele”, afirmou à imprensa. Segundo Nogueira, o PL já encaminhou um pedido de investigação ao Conselho de Ética.
Camila rebateu: “O Nikolas tem que decidir se quer ser um representante do Brasil ou um fraco que mente. Estou tranquila, porque eles é que infringiram o regimento ao obstruírem a sessão”.
Presente no mesmo voo, o veterano Geraldo Resende (PSDB) se afastou da polêmica, mas não poupou críticas ao atual ambiente no Congresso Nacional. “Hoje, o lugar mais tóxico que existe é o plenário da Câmara. Já são seis mandatos e nunca vi nada tão desqualificado”, disparou. Segundo ele, enquanto os colegas brigavam, ele estava em reuniões para viabilizar investimentos como a entrega de um acelerador linear para o tratamento de câncer no Estado.
Também na comitiva, o deputado Dagoberto Nogueira (PSDB) lamentou a imagem transmitida. “Fica parecendo que somos um bando desorganizado, divididos, brigando... Isso fere a democracia”, avaliou.
Apesar do clima tenso herdado da confusão em Brasília, os parlamentares desembarcaram em Campo Grande para um compromisso mais propositivo: o seminário estadual do PNE (Plano Nacional de Educação), realizado nesta quinta-feira na Assembleia Legislativa.
A relatora da proposta, deputada Tabata Amaral (PSB-SP), está percorrendo os estados para ouvir a sociedade civil e coletar sugestões que subsidiarão o novo plano. “Educação ainda não dá voto no Brasil, mas é ela que vai mudar o futuro do país. Precisamos transformar isso em um esforço nacional com metas claras, prazos e responsabilidade dos municípios, estados e da União”, afirmou.
Tabata foi escolhida por unanimidade para relatar o novo PNE, que deve ser votado até setembro na Câmara dos Deputados. Ela ressaltou que a proposta busca corrigir falhas do plano anterior, cujas metas não foram cumpridas na última década. “O objetivo é sair da promessa e garantir um plano ousado, mas possível, que valorize professores, o ensino técnico e a inclusão.”
O deputado Dagoberto, que coordenou o seminário, reforçou o apoio à relatora. “Ela é fruto da educação e tem total compromisso com esse tema. Aqui em Mato Grosso do Sul temos entidades fortes e essa escuta será fundamental para construir um plano democrático e efetivo”, disse.
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