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Política

Vereadores pedem obras de logística para que Capital vire “polo” da Rota

Em reunião com ministério, carga e descarga em aeroporto e criação de porto seco foram citadas como essenciais

Por Mylena Fraiha | 08/12/2025 13:19
Vereadores pedem obras de logística para que Capital vire “polo” da Rota
Imagem mostra que passarela da ponte da Rota Bioceânica está próxima de se conectar (Foto: Arquivo/Toninho Ruiz).

Vereadores de Campo Grande se reuniram na manhã desta segunda-feira (8) com representantes do Ministério do Planejamento e Orçamento para discutir o andamento da Rota Bioceânica, prevista para ser inaugurada no primeiro semestre de 2026. O encontro tratou dos impactos do corredor internacional para a Capital e de como posicionar a cidade como polo empresarial, turístico e hub de importação e exportação.

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Vereadores de Campo Grande se reuniram com representantes do Ministério do Planejamento para discutir o andamento da Rota Bioceânica, prevista para inauguração em 2026. O encontro abordou os impactos do corredor internacional e estratégias para posicionar a cidade como polo empresarial e turístico. Entre as melhorias necessárias, foram destacadas a modernização do Aeroporto Internacional, a reativação da Malha Oeste e a instalação de um porto seco. A rota, que conectará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, deve reduzir custos e tempo no comércio exterior, transformando Campo Grande em importante centro distribuidor de produtos latino-americanos e asiáticos.

A reunião teria a presença da ministra Simone Tebet, que não pôde comparecer por motivos pessoais, conforme explicou o presidente da Câmara, Epaminondas Neto, o Papy (PSDB). O debate contou com a participação remota do chefe da Divisão de Gestão da Informação para Integração Sul-Americana, Jonatas Lange, que reafirmou que a rota “sairá no prazo”.

Até a última visita técnica, realizada no fim de novembro, foi apontado que a construção da ponte internacional da Rota Bioceânica, sobre o Rio Paraguai, está com 84% das obras concluídas.

Segundo Jonatas, o governo federal tem trabalhado para alinhar demandas do setor produtivo dos quatro países envolvidos — Brasil, Paraguai, Argentina e Chile — para que o corredor comece a funcionar imediatamente após a conclusão das obras. “Quando essa rota estiver pronta, ela já poderá entrar em funcionamento de maneira quase imediata, sem demorar para o empresário tomar conhecimento de que existe esse caminho”, afirmou.

Entre as melhorias necessárias para Campo Grande, foram citadas a ampliação do turismo, a modernização do Aeroporto Internacional e a reativação da Malha Oeste — ferrovia considerada estratégica para consolidar o corredor bioceânico. Também foram discutidos desafios de qualificação profissional e de planejamento das oportunidades que surgirão com a nova rota logística.

A conexão ficará completa com a conclusão da ponte sobre o Rio Paraguai, que ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta, no Paraguai. De lá, a rota seguirá pelo Chaco, cruzará os Andes e chegará aos portos chilenos no Pacífico.

Vereadores pedem obras de logística para que Capital vire “polo” da Rota
Ronilço durante fala na reunião com representantes do Ministério de Planejamento e Orçamento, realizado no Plenarinho da Câmara (Foto: Izaías Medeiros).

O presidente da Comissão Permanente de Indústria, Comércio e Turismo, Ronilço Guerreiro (Podemos), questionou o governo federal sobre a necessidade do Aeroporto Internacional funcionar também como terminal de cargas. “Precisamos verificar isso, conversar com a ministra, buscar apoio para que o nosso aeroporto também funcione como terminal de carga e descarga”, afirmou o vereador.

Ronilço também defendeu a instalação de um porto seco para dar suporte ao Corredor Bioceânico de Capricórnio. Conforme já noticiado, a Prefeitura avalia transformar a antiga “Cidade dos Ônibus”, na saída para Sidrolândia, em um porto seco. O projeto foi lançado em 2012, mas nunca saiu do papel.

Segundo ele, a Receita Federal manifestou interesse em participar da viabilização do porto seco, mas depende de iniciativa formal do município. “O importante é que Campo Grande trate esse assunto com prioridade, porque logística é estratégica para o desenvolvimento da cidade e principalmente da Rota Bioceânica”, defendeu o vereador.

Jonatas afirmou que o Ministério do Planejamento tem atuado para incluir obras estruturantes no PPA (Plano Plurianual), para garantir recursos e continuidade mesmo em futuras mudanças de governo; entretanto, não detalhou quais obras.

Para ele, o transporte aéreo terá papel fundamental na importação e exportação de produtos de maior valor agregado, e o ministério tem mantido diálogo com a pasta de Portos e Aeroportos. “Nosso trabalho é sentar com o pessoal do ministério, explicar a importância da hidrovia Paraguai, explicar a importância do aeroporto de Campo Grande e, dessa maneira, eles elevam o patamar do projeto. Talvez um projeto que não teria a devida importância passe a ser enxergado como prioritário, e assim eles dedicam os investimentos necessários”, disse Jonatas.

No caso da Malha Oeste, Jonatas informou que o processo de concessão está em estudo. Segundo ele, a integração com a Bolívia é considerada prioritária. “É muito triste ver uma ferrovia que poderia ser bioceânica sem esse trecho final. Falta muito pouco.”

Importação e exportação — O gerente de Integração e Parcerias da Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável), Paulo Cesar Fialho, destacou que Campo Grande tem potencial para liderar o processo econômico e político da Rota Bioceânica. Ele reforçou que a cidade pode se tornar um polo de entrada e distribuição de produtos latino-americanos e asiáticos.

Para Paulo, a rota deve reduzir tempo, custos e distância no comércio exterior, além de ampliar a variedade de produtos que chegarão ao mercado local. “Teremos uma gama muito variada de produtos que, em breve, vão ocupar as nossas prateleiras”, afirmou.

Ele explicou que hoje o Centro-Oeste é um dos últimos a receber mercadorias que entram pelo Porto de Santos, o que encarece e atrasa a chegada dos produtos. Com a rota, Campo Grande pode se tornar distribuidora para o restante do país, invertendo a lógica atual. “Chegando aqui com custo mais barato, começamos a controlar frete e distribuição. Por isso é tão importante ter modais integrados: rodovia, ferrovia e aeroporto”, destacou.

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