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Política

Ari Artuzi: “Se eu tivesse roubado, não faria tratamento pelo SUS”

Zemil Rocha | 16/07/2013 19:03
Tratando câncer,Artuzi ficou internado 30 dias no Hospital Evangélico (Foto: Reprodução/SBT MS)
Tratando câncer,Artuzi ficou internado 30 dias no Hospital Evangélico (Foto: Reprodução/SBT MS)

O ex-prefeito de Dourados Ari Artuzi enfrenta hoje o que a maioria da população douradense está acostumada a fazer quando precisa de tratamento de saúde através da rede publica. Lutando contra um câncer de intestino, Artuzi acaba de chegar em casa depois de 30 dias internado no Hospital Evangélico de Dourados.

Vivendo um período difícil, sem apoio de ex-aliados políticos, Ari Artuzi ainda continuará o tratamento pelos próximos meses. Daqui a duas semanas, ele terá de voltar ao Hospital Evangélico para nova sessão de quimioterapia. “Meu tratamento todo é pelo SUS. Teve muito f.d.p. por aí que disse que eu roubei o dinheiro da prefeitura. Se eu tivesse roubado, meu tratamento tinha saído do meu bolso, seria particular”, afirmou, num tom de revolta.

Antes de ser acometido pelo câncer, Artuzi ainda planejava voltar à atividade política, na qual viveu ascenção e queda impressionantes. O ex-caminhoneiro virou vereador em 2000, depois, em 2002, foi eleito deputado estadual e, na eleição municipal de 2008, foi eleito prefeito de Dourados, sendo cassado em 2010.

Indagado se pretende se candidatar novamente a algum cargo público, o ex-prefeito afirma que ainda é cedo para pensar nisso. “Agora é cuidar do meu tratamento”, disse.

Na entrevista ao Campo Grande News, Artuzi reclamou de antigos aliados políticos que o teriam abandonado, mas sem citar nomes. “Nunca mais ninguém apareceu aqui”, declarou o ex-prefeito. Questionado se isso não é comum na política, com ex-aliados abandonado quem cai em desgraça, ele respondeu: “Eu nunca fiz isso. Sempre estive do lado de todas as pessoas”.

O ex-prefeito Ari Artuzi ainda insiste em se defender das acusações que provocaram a sua prisão e posterior cassação. “Foi uma sacanagem que fizeram comigo.... Foi uma sacanagem.... Eu tenho documento, se quiser eu te mostro. Aquele vídeo foi forjado. Tem uma pessoa que me emprestou o dinheiro, com firma reconhecida em cartório”, disse ele, garantindo que foi vítima de manipulação por parte dos que foram derrotados na eleição.

Owari e Urugano - Em julho de 2009, na Operação Owari, a Polícia Federal prendeu 42 pessoas, incluindo assessores, o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Urbano, a secretária de Saúde, o secretário de Governo e o secretário de Obras. Os secretários e assessores envolvidos pediram afastamento de seus cargos. Em novembro, Ari Artuzi teve seu sigilo bancário quebrado como parte das investigações desencadeadas pela Operação Owari.

Investigações da Polícia Federal e do Departamento Nacional de Auditoria do SUS apontaram uma série de irregularidades na contratação de um Hospital pela prefeitura, durante a administração de Laerte Tetila, ex-prefeito da cidade. Artuzi foi acusado pelo Ministério Público Estadual de improbidade administrativa por ter mantido o referido contrato ao assumir a prefeitura.

Na madrugada de 1º de Setembro do ano de 2010, o prefeito Ari Artuzi foi preso temporariamente pela Polícia Federal, na Operação Uragano. Ele foi acusado de chefiar um esquema de fraude em licitações para desviar dinheiro público. Segundo estimativas feitas por Eleandro Passaia, autor da denúncia, Artuzi recebia em torno de R$ 500 mil por mês. Junto com Artuzi, foram presos o vice-prefeito Carlinhos Cantor, o então presidente da Câmara Municipal de Dourados Sidilei Alves, junto com mais 8 dos 12 vereadores da cidade, quatro secretários municipais, o procurador do município, a primeira dama, empreiteiros, prestadores de serviço e servidores públicos.Apesar das gravações que mostram Artuzi recebendo dinheiro, a defesa do prefeito alegou que não havia provas do recebimento de propina.

No dia 3 de setembro de 2010, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, a pedido do então procurador geral do Estado, Paulo Roberto de Oliveira, decretou intervenção em Dourados, nomeando o juiz Eduardo Machado Rocha como prefeito interino no município. Uma eleição suplementar foi convocada e vencida por Murilo Zauith, que foi reeleito no ano passado para comandar a Prefeitura de Dourados.

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