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Política

CPI vai à praça e ouve enxurrada de reclamações, de "ônibus fantasma" a atrasos

Audiência pública é realizada no plenário com um link ao vivo na Praça Ary Coelho para ouvir usuários

Por Gabriela Couto, Kamila Alcântara e Ketlen Gomes | 25/06/2025 14:55
CPI vai à praça e ouve enxurrada de reclamações, de "ônibus fantasma" a atrasos
Equipe da Câmara Municipal transmite ao vivo na audiência pública a opinião de usuários do transporte público (Foto: Paulo Francis)

Usuários do transporte público de Campo Grande participam ativamente da audiência pública da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal que é realizada na tarde desta quarta-feira (25). Todos foram unânimes em relatar os problemas enfrentados no dia a dia com os ônibus da Capital.

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Usuários do transporte público de Campo Grande relatam problemas em audiência da CPI do Transporte Coletivo. Superlotação, atrasos, linhas retiradas e "ônibus fantasma" são algumas das dificuldades enfrentadas diariamente pelos passageiros. Depoimentos emocionados expuseram a precariedade do serviço, com ônibus sujos, motoristas desrespeitosos e insegurança. Atrasos constantes, ônibus lotados e ameaças de aumento na tarifa geram estresse nos usuários. Passageiros idosos relatam dificuldades para embarcar à noite, devido à escassez de linhas e à falta de paradas nos pontos. Estudantes e trabalhadores enfrentam problemas com ônibus que não cumprem o itinerário programado e terminais com estrutura precária e horários de funcionamento limitados. A quebra frequente dos veículos e a falta de regularidade prejudicam a rotina dos passageiros, causando atrasos e até mesmo perda de emprego. A CPI segue investigando as irregularidades no contrato com o Consórcio Guaicurus e deve apresentar um relatório com recomendações.

A reunião acontece no Plenário Oliva Enciso, com transmissão simultânea em um telão com um link da equipe de comunicação da Casa de Leis que foi montado na Praça Ary Coelho, para facilitar a participação dos campo-grandenses.

Em apenas uma hora de audiência, 12 pessoas que passavam pelo ponto de ônibus da praça, na Rua 15 de Novembro, já tinham se cadastrado para relatar suas dificuldades com o sistema.

CPI vai à praça e ouve enxurrada de reclamações, de "ônibus fantasma" a atrasos
Presidente do Instituto de Apoio ao Deficiente de MS, Flávio Soares da Silva, lamenta qualidade do serviço (Foto: Paulo Francis)

Entre os depoimentos, surgiram críticas sobre superlotação, atrasos frequentes, retirada de linhas e até mesmo ônibus que simplesmente não aparecem, os chamados “ônibus fantasma”.

O presidente do Instituto de Apoio ao Deficiente de MS, Flávio Soares da Silva, de 35 anos, cadeirante, fez um desabafo emocionado. “Parece que os ônibus carregam porcos todos os dias. Estão sujos, e sem cuidado ao carregar as pessoas. A sensação é que os motoristas descontam as frustrações nos passageiros. É muito difícil ter segurança dentro do veículo”, relatou.

Cristiane Aparecida Arce, de 47 anos, faxineira, utiliza todos os dias a linha 061 (Moreninha/Shopping). “Além do problema da superlotação, atrasa todo dia. E ainda ficam ameaçando subir o preço da passagem. É uma situação que estressa. Pagamos caro por um serviço de péssima qualidade.”

Cecília Maria da Silva Pinto, de 79 anos, moradora do setor 4 do bairro Aero Rancho, contou que à noite os ônibus nem sempre param no ponto. “Tem situação que o ônibus nem para, sem dar a chance de o passageiro subir. São poucas linhas que atendem a região. Preciso passar por três terminais para conseguir chegar. Viemos aqui hoje porque não sabemos quando teremos outra oportunidade. Se os vereadores não falarem por nós, quem vai falar?”, questionou.

CPI vai à praça e ouve enxurrada de reclamações, de "ônibus fantasma" a atrasos
Vereadores que integram a CPI do Transporte Coletivo durante audiência pública (Foto: Osmar Veiga)

Diogo Henrique Cristóvão, de 23 anos, professor da rede estadual e estudante da UEMS, mora nas Moreninhas e falou sobre os chamados “ônibus fantasma” e problemas nos terminais.

“No terminal Moreninhas há muitos ônibus que estão programados, mas não passam. O Moreninha Expresso, por exemplo, deveria passar às 5h50, mas frequentemente não aparece”, disse.

O professor também criticou a estrutura do terminal, que fecha às 19h30. “Fica deserto, não tem como comprar passe. Paguei um substituto para dar aula no meu lugar, porque espero que algo mude. Com a retirada de linhas em 2020, meu trajeto que antes levava 1h10 passou a durar 2h”, completou.

O desabafo mais forte veio de Andréia Maria Silva Lopes, de 45 anos, moradora do Jardim Los Angeles. Ela utiliza diariamente o ônibus 116 para trabalhar no Centro, mas relatou que ele quebra com frequência ou simplesmente não passa.

“Só numa semana ele quebrou três vezes. Quando ele não quebra cedo, quebra à tarde. Ou então, a gente vê no aplicativo que está vindo, mas ele nunca chega”, contou.
Com isso, Andréia precisa pegar outras duas linhas para tentar chegar ao trabalho, o que aumenta em até uma hora o trajeto.

“Já perdi trabalho por causa disso. Você quer perder sua dignidade? Anda de ônibus. A gente paga uma passagem cara para andar em ônibus sucateado. Isso não é certo.”

CPI vai à praça e ouve enxurrada de reclamações, de "ônibus fantasma" a atrasos
Em tempo real, vereadores escutam usuário que está na Praça Ary Coelho (Foto: Osmar Veiga)

A CPI do Transporte Coletivo segue ouvindo os usuários e deve apresentar um relatório com recomendações e possíveis medidas ao fim das apurações.

A CPI do Transporte foi instaurada para apurar possíveis irregularidades na execução do contrato entre o Município e o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo. Ao longo de três fases, a comissão já analisou documentos, identificou falhas na fiscalização e ouviu representantes do poder público e do próprio Consórcio.

A audiência pública marca o início da quarta fase das investigações, que inclui ainda blitz de fiscalização em terminais e agências de fiscalização, além de novas oitivas.

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