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Política

MDB dá as costas a Simone e descarta apoio até para candidatura ao Senado

Alinhamento com o presidente Lula para 2026 causou isolamento da ministra dentro da própria sigla em MS

Por Jhefferson Gamarra e Fernanda Palheta | 25/06/2025 16:35
MDB dá as costas a Simone e descarta apoio até para candidatura ao Senado
Ministra Simone Tebet durante votação em Campo Grande nas eleições de 2022 (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O clima no MDB de Mato Grosso do Sul é de distanciamento em relação à ministra do Planejamento e Orçamento e filiada histórica do partido, Simone Tebet. Lideranças da sigla no estado têm afirmado publicamente que a ex-senadora perdeu força interna desde que passou a integrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que, independentemente da decisão que ela tomar para as eleições de 2026, uma candidatura ao Senado ou mesmo uma eventual candidatura a vice-presidente ao lado do presidente, a sigla não pretende caminhar com o PT.

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O MDB de Mato Grosso do Sul demonstra um distanciamento em relação à ministra Simone Tebet, que perdeu apoio interno desde que se uniu ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Lideranças do partido afirmam que não apoiarão sua candidatura ao Senado ou a vice-presidência em 2026, reforçando a oposição ao PT. O partido articula uma federação com o Republicanos e o PSDB, que não se alinha ao governo federal. Parlamentares do MDB destacam que Tebet não consultou oficialmente o diretório sobre suas intenções eleitorais, e a maioria dos membros rejeita qualquer aproximação com o PT. A ministra ainda não se manifestou sobre seu futuro político.

Em conversas com deputados estaduais do MDB, a avaliação é unânime: a aliança com o governo federal tornou Tebet distante da base tradicional do partido no estado. Historicamente adversário do PT em Mato Grosso do Sul, o MDB local já sinaliza que não pedirá votos para Simone e Lula em 2026 e que pretende reforçar a sua posição como oposição no estado.

Esse isolamento da ministra ocorre num momento estratégico para o MDB nacional, que articula a formação de uma federação partidária com o Republicanos e o PSDB. O arranjo, que precisa estar fechado antes do próximo pleito, obrigaria os partidos a atuarem em conjunto, tanto na corrida eleitoral quanto no Congresso.

MDB dá as costas a Simone e descarta apoio até para candidatura ao Senado
Deputado estadual Junior Mochi (MDB) avalia que MDB e PT sempre foram rivais em MS (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

“A nível nacional, a tendência do partido é ter essa federação com Republicanos e PSDB, que não tem nada a ver com o governo Lula. Essa federação, com certeza, não vai estar com a candidatura do presidente”, afirma o deputado estadual Júnior Mochi (MDB), que milita há mais de quatro décadas na legenda.

Segundo ele, a ministra Simone Tebet, que pretende seguir ao lado do presidente da República na próxima eleição, perdeu espaço na legenda estadual e agora precisa primeiro dizer qual será seu caminho antes que o MDB-MS tenha qualquer definição oficial.

“Em relação ao diretório estadual, ela perdeu um pouco de força em função desse posicionamento, ao longo dos anos, o MDB teve posicionamento contra o PT. o MDB do norte e nordeste é uma coisa, do centro sul, e sul é outra. Então havia essa divergência, sempre houve essa discussão, e nós aqui nunca tivemos um posicionamento junto ao Lula, nosso posicionamento sempre foi um posicionamento contrário”, reforçou Mochi.

Outros parlamentares reforçam o tom de rejeição. Renato Câmara (MDB) lembra que o diretório estadual nunca foi formalmente consultado por Tebet sobre suas intenções e que qualquer decisão precisaria ser amadurecida.

“Essas possibilidades que foram colocadas da Simone não são possibilidades que a própria Simone colocou para o diretório ainda. Então isso são especulações que a imprensa vem fazendo ou falando, mas assim, dentro do diretório não teve nenhum comunicado, uma intenção comunicada oficialmente nas nossas reuniões do diretório”, disse o parlamentar.

Apesar de pontuar que as conversas sobre as possibilidades de candidaturas da ministra Simone Tebet ainda precisam ser discutidas internamente, Renato Câmara é enfático ao reforçar que o MDB não compõe o mesmo grupo do PT.

“Aqui no estado, historicamente, nós sempre enfrentamos o PT. Desde a época do surgimento, desde a época de Barbosa Martins, depois Marcelo Miranda, Ramez Tebet, André Puccinelli, nós sempre enfrentamos como oposição ao PT. Então, na nossa essência, nós temos uma ideologia mais, vamos se dizer, uma ideologia mais centro, mas ao mesmo tempo conservadora”, disse.

MDB dá as costas a Simone e descarta apoio até para candidatura ao Senado
Deputado estadual Márcio Fernandes (MDB) admite que não pedirá votos em chapa aliada ao PT (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Márcio Fernandes (MDB) é ainda mais enfático em demonstrar sua aversão pelo Partido dos Trabalhadores: “Eu não peço voto pro PT de jeito nenhum. A gente tem ouvido ela falar na imprensa que continuaria com o Lula, mesmo não sendo candidata. É uma decisão pessoal dela, tem todo o direito, mas a grande maioria que eu vejo aqui do MDB daqui não quer proximidade com o Lula, não quer proximidade com o PT”, ressaltou.

Desde que assumiu o ministério, Tebet mantém-se discreta sobre os próximos passos eleitorais. Ela ainda não declarou oficialmente se pretende concorrer novamente ao Senado, mudar de legenda para viabilizar um projeto pessoal ou mesmo apostar num convite para compor a chapa presidencial de Lula.

A ministra foi procurada pela reportagem para comentar a situação e sobre a definição de seu futuro político, tendo em vista as eleições do próximo ano, mas até o momento não houve retorno. O espaço segue aberto.

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