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Política

Audiência discute regularização de 62 favelas em Campo Grande no dia 14

Iniciativa busca garantir moradia digna, serviços básicos e segurança jurídica a quem vive sem infraestrutura

Por José Cruz | 11/11/2025 15:04
Audiência discute regularização de 62 favelas em Campo Grande no dia 14
Segundo levantamento da Associação das Mulheres de Favelas de Mato Grosso do Sul, cerca de 20 mil famílias vivem hoje em áreas irregulares em Campo Grande. (Foto divulgação)

A Câmara Municipal promove no próximo dia 14 de novembro, às 8h, uma audiência pública para discutir a regularização fundiária de 62 favelas de Campo Grande. A proposta é do vereador Landmark Rios (PT), em parceria com a deputada estadual Gleice Jane (PT), e deve reunir representantes do poder público, movimentos sociais, Judiciário e moradores.

RESUMO

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A Câmara Municipal de Campo Grande realizará audiência pública em 14 de novembro para debater a regularização fundiária de 62 favelas da cidade. O evento, proposto pelo vereador Landmark Rios e pela deputada Gleice Jane, ambos do PT, reunirá autoridades e moradores para discutir a situação de 20 mil famílias que vivem em áreas irregulares.De acordo com a Associação das Mulheres de Favelas de Mato Grosso do Sul, 90% das moradias são chefiadas por mulheres. As comunidades enfrentam problemas básicos como falta de água, energia, esgoto e segurança jurídica, incluindo oito aldeias urbanas e a Homex, maior favela do estado.

Segundo levantamento da Associação das Mulheres de Favelas de Mato Grosso do Sul, 20 mil famílias vivem hoje em áreas irregulares na Capital. Em 90% dos casos, as moradias são chefiadas por mulheres – muitas mães solo.

O levantamento inclui 8 aldeias urbanas e comunidades da região do Lagoa e do Anhanduizinho, onde está a Homex, a maior favela do Estado.

O que falta

Sem regularização, falta o básico: água, energia, esgoto e segurança jurídica.
“Favela não é só barraco de lona. É todo lugar onde falta dignidade”, diz Lívia Lopes, presidente da associação.

Ela explica que há ocupações com casas de alvenaria, mas sem infraestrutura mínima.
“O que queremos é moradia digna, escola perto, posto de saúde e transporte. É o mínimo para sobreviver”, reforça.

Depoimentos que pedem urgência

Na comunidade Lagoa Park, o medo aparece até quando chove. “Quando venta, ninguém dorme com medo da casa cair. As crianças entram em pânico. Só queremos segurança e dignidade”, relata Marilza Eleutério, liderança do local.

Ela conta que 215 famílias vivem ali sem água, luz e esgoto. “O que mais precisamos é ter tranquilidade dentro das próprias casas”, diz.

Na Agrovila Campão Orgânico, a falta de energia impacta até o sustento das famílias.
“Alguns usam placa solar, mas nem sempre funciona. Perdemos produção e até animais”, lamenta a agricultora Emília Diniz. A Agrovila também reúne 215 famílias, que vivem da agricultura agroecológica.

“Não é favor”

Audiência discute regularização de 62 favelas em Campo Grande no dia 14
O vereador Landmark Rios, de camisa rosa: “Essas pessoas não pedem favor. Elas querem reconhecimento" (Foto divulgação)

Para Landmark Rios, regularizar significa garantir direitos. “Essas pessoas não pedem favor. Elas querem reconhecimento. Regularizar é transformar áreas esquecidas em territórios de oportunidade”, afirma.

A deputada Gleice Jane reforça que o debate é sobre cidadania. “São famílias sem endereço, sem água, sem energia e sem segurança jurídica há anos. Precisamos avançar para garantir condições dignas para todos”, defende.