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Política

Bernal compra gasolina 42% mais cara que a paga no ano passado

Zemil Rocha | 05/03/2013 19:01
Bernal anulou licitação de combustível feita por Nelsinho (Foto: Arquivo)
Bernal anulou licitação de combustível feita por Nelsinho (Foto: Arquivo)

A Prefeitura de Campo Grande, sob a gestão de Alcides Bernal (PP), fechou um contrato de fornecimento de combustível que tem valor 42% superior ao praticado na administração de Nelsinho Trad (PMDB). O gasto mensal de combustível em 2012, último ano do governo de Nelsinho, girava em torno de R$ 100 mil, enquanto o contrato fechado agora, sob a gestão de Bernal, com o Posto Emanuele Ltda é de R$ 142,5 mil por mês.

O contrato global de seis meses com o Posto Emanuele, publicado hoje no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), tem valor de R$ 855 mil. Dividindo-se esse valor total pelo prazo de 180 dias o resultado é R$ 142,5 mil por mês. O extrato do contrato, publicado no página 2 do Diogrande, foi assinado por Ricardo Trezfger Ballock, secretário de Administração, e Thiago Moraes Salomão no dia 20 de fevereiro.

Fontes ligadas à administração de Nelsinho Trad informaram que o consumo pela frota de veículos da prefeitura era de 30 mil litros de gasolina e 5 mil litro de etanol por mês. O posto Emanuele Ltda cobra R$ 2,985 por litro de gasolina e R$ 2,199 por litro de etanol. Fazendo-se o cálculo, tem-se que o custo de 30 mil litros de gasolina é de R$ 89.550,00, enquanto o dos 5 mil litros de etanol chega a R$ 10.995,00.

Chama atenção, porém, o fato de que nesse contrato, fechado com dispensa de licitação, só um tipo de combustível está sendo comprado para abastecer a frota da prefeitura: gasolina, que tem preço mais elevado e, pelo menos quanto aos carros flex, não está sendo compensador em relação ao álcool.
Outro aspecto que salta aos olhos é que a comparação de preços entre o gasto da gestão anterior com combustível e a nova contratação de combustível acontece com valores atuais de gasolina e etanol. No final de janeiro, o reajuste da gasolina foi de 6,6%.

Tratam-se, contudo, de contratos diferentes. Até o ano passado, a prefeitura fazia contrato global com duração anual, com cinco postos de combustível, em consórcio, sendo fornecedores. No final de 2012, na licitação por “melhor preço”, que acabou sendo cancelada por Bernal, o serviço deveria ser prestado por meio de “software de gerenciamento e captura de transação com reconhecimento automático de veículos oficiais” para atender a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Municipal de Administração. Na atual versão do contrato da prefeitura, o Posto Emanuele Ltda, único contratado com “dispensa de licitação”, vai prestar serviços de gestão de abastecimento, por intermédio de software de gerenciamento através de cartão magnético através da internet, o que pode dar diferença no preço negociado, situação que não pode ser verificada por falta de informações da assessoria de Bernal.

A licitação realizada no ano passado, na gestão de Nelsinho Trad, foi anulada por Bernal no dia 20 de fevereiro. A assessoria de comunicação do prefeito Alcides Bernal alega que havia irregularidades insanáveis no contrato anterior, como mudança de regras do edital no curso da competição. Também argumentou que o contrato publicado hoje, com o Posto Emanuele Ltda, tem o “mesmo preço” do fechado anteriormente e que foi cancelado pela prefeitura na gestão de Bernal. Negou-se a anotar os números e buscar informações na prefeitura, exigindo que lhe fosse enviado um e-mail solicitando os dados.

Ex-integrantes da gestão passada chamam atenção também para a "emergência" que tem sido usada com frequência pela nova administração municipal. "Não se pode confundir emergência com incompetência. Toda vez que faz emergência tem de ter fato que gera emergência. Quando o Tribunal de Contas e o Ministério Público começar a ver essas licitações certamente o prefeito Bernal vai ter problemas.  Ele está governando Campo Grande por emergência", afirmou um deles.

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