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Política

Câmara conclui votação que projeto que muda Lei de Improbidade

Reforma é criticada por juristas, que veem aumento de impunidade e diminuição da transparência

Adriel Mattos | 06/10/2021 18:55
Casa continua com sessões híbridas, com parte dos parlamentares participando por meio de videoconferência. (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
Casa continua com sessões híbridas, com parte dos parlamentares participando por meio de videoconferência. (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

A Câmara dos Deputados concluiu na tarde desta quarta-feira (6) a votação do projeto que revisa a Lei de Improbidade Administrativa. Após passar pelo Senado Federal, a matéria vai para apreciação presidencial.

A maior alteração do texto é a exigência de dolo (intenção) para que agentes públicos sejam responsabilizados. Danos causados por imprudência, imperícia ou negligência não poderão ser configurados como improbidade.

A ação deverá comprovar a vontade livre e consciente do agente público de alcançar o resultado ilícito, não bastando a voluntariedade do agente ou o mero exercício da função. Também não poderá ser punida a ação ou omissão decorrente de divergência na interpretação da lei.

Serão alterados ainda o rol das condutas consideradas improbidade e o rito processual, dando ao Ministério Público a possibilidade de celebrar acordos, e ao juiz a opção de converter sanções em multas.

A matéria vem sendo criticadas por juristas e entidades, que veem que o afrouxamento das regras dá margem para impunidade, dificulta punição por mau uso de dinheiro público e reduz a transparência.

Ministério Público - A votação do projeto foi concluída após a aprovação em Plenário, por 287 votos a 133, de uma emenda do Senado Federal que estabelece prazo de um ano para que o Ministério Público declare interesse na continuidade dos processos em andamento, inclusive em grau de recurso, ajuizados por advogados públicos.

O prazo é criado porque a revisão da Lei de Improbidade determina legitimidade privativa do Ministério Público para a propositura da ação de improbidade, retirando dos advogados públicos essa possibilidade.

Votações - Na sessão de ontem, terça-feira (5), os deputados aprovaram alterações pontuais e rejeitaram emenda do Senado sobre nepotismo. O texto aprovado pela Câmara inclui a súmula do STF (Supremo Tribunal Federal) que proíbe contratação de parentes no rol das condutas consideradas improbidade, mas estabelece que não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do agente.

A emenda dos senadores pretendia incluir o nepotismo como exceção à regra que exige dolo com finalidade ilícita para caracterizar nomeações dos agentes com mandatos eletivos.

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