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Política

Com 18 temas, série mostrou candidatos "superficiais" e fugindo de polêmica

Objetivo foi aproximar as propostas dos candidatos ao governo de MS com o eleitorado

Aline dos Santos | 02/09/2022 14:51
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
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Com objetivo de aproximar as propostas dos candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul com o eleitorado, o Campo Grande News trouxe série com 18 temas, publicada entre 23 de maio e 31 de agosto.

A partir do fornecimento de diagnósticos, como estatísticas e fonte de financiamento, a expectativa era de que os postulantes a governar o Estado apresentassem compromissos com o eleitorado. Contudo, prevaleceu, a exemplo das informações registradas nos planos de governo, abordagens superficiais.

Na abertura, um tema que não sai da boca dos candidatos: déficit habitacional. A reportagem trouxe diagnóstico informando que o Estado tem déficit  de 71.966 moradias, conforme estimativa da Fundação João Pinheiro/IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Também foi detalhado fontes de financiamentos, programas e a quantidade de casas populares entregues em 2021.

A pergunta foi clara: a proposta para solucionar o problema da falta de moradia em MS? Contudo, nenhum dos candidatos informou quantos imóveis pretende entregar à população.  O questionamento foi encaminhado a André Puccinelli (MDB), Capitão Contar (PRTB), Eduardo Riedel (PSDB), Giselle Marques (PT), Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (União Brasil).

Dos 18 temas, o cultivo de soja no Pantanal foi o que liderou as leituras, mostrando o grande interesse do sul-mato-grossense em como a administração estadual pretende conciliar produção agrícola e preservação do meio ambiente. Os seis candidatos asseguraram que vão preservar o Pantanal, enquanto a maioria promete converter área degradada para cultivo de soja.

Polêmica da vez, o aborto foi uma das temáticas com maior repercussão entre os leitores. A reportagem esclareceu que a legislação não é de competência estadual, ou seja, o governador eleito não poderá ampliar ou restringir a lei em vigor. No Brasil, o aborto é autorizado em três casos: gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia do feto.

Contudo, dados locais mostra que não se pode fechar os olhos para a realidade. Desde 2008, Mato Grosso do Sul teve 557 internações de meninas com até 14 anos que passaram por procedimento de aborto. Do total, apenas 13 foram autorizados.  Em outras palavras, a cada procedimento de interrupção de gravidez permitido em uma criança desta faixa etária, outros 42 ocorreram sem aval médico inicial.

Rose Modesto e Eduardo Riedel optaram por não enviar respostas, apesar de terem participados de todos os outros 16 temas da série. Os que responderam se manifestaram contrários ao aborto, mas com campanhas de conscientização sobre o tema e planejamento familiar.

O “peso” do funcionalismo público nas contas de Mato Grosso do Sul foi o terceiro tema com maior volume de leituras. Com população de 2.839.188 habitantes, o Estado gasta anualmente 40% da receita arrecadada para custear 52.443 servidores públicos ativos. Ao todo, são 84.206 servidores, sendo 31.763 inativos.

Diante do questionamento sobre medidas para redução da máquina administrativa, Marquinhos Trad prometeu não distribuir cargos comissionados para ter apoio político. Nesta mesma linha, Capitão Contar se manifestou contrário à acomodação política por meio de cargos.

Sem fornecer detalhes, Giselle Marques destacou a adoção de inteligência artificial para realizar tarefas repetitivas, enquanto os servidores se dedicariam a questões mais complexas.

Rose Modesto também citou ferramentas digitais para virtualizar processos e serviços. Puccinelli trouxe abordagem genérica, com promessa de buscar gestão pública moderna. Riedel prometeu um Estado mais “enxuto” e moderno.

Fechando a série, o Campo Grande News trouxe o tema violência policial. No comparativo entre 2020 e 2021, as mortes decorrentes de intervenções policiais registraram aumento de 109% em Mato Grosso do Sul.

Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o total de óbitos saltou de 21 para 44. No País, São Paulo foi destaque na redução de casos, cenário creditado em parte á utilização de câmeras nos uniformes dos policiais militares.

Em Mato Grosso do Sul, cinco candidatos informaram que qualquer iniciativa de câmera corporal será discutida com os policiais. Já Capitão Contar  rechaçou a ideia e afirmou que monitoramento só para bandido.

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