Com cartazes, filiados a partido aproveitam para “mostrar presença”
Sem pedidos de voto, militantes e políticos com mandato aproveitam para divulgar nome e parabenizar trabalhadores; dirigente adverte sobre irregularidades
Realizada pela Força Sindical na praça do Rádio, no Centro de Campo Grande, na tarde desta terça-feira (1º), a Festa do Trabalhador também se tornou oportunidade para que militantes de agremiações partidárias apresentem seus nomes à sociedade, mesmo sem nenhuma menção a candidaturas. Além de políticos sem mandatos, há filiados ao Solidariedade que aproveitam o espaço para divulgar ou nome ou, simplesmente, “marcar presença”.
Essa foi a explicação dada por Sérgio Ribeiro, filiado ao SD que, ao lado de cerca de 20 pessoas da região do Tijuca, foi ao evento paramentado com faixas e cartazes com seu nome. Questionado se a divulgação tem por objetivo uma eventual candidatura, ele não confirmou. “Se for chamado pelo partido, mas acho que não”, afirmou, do meio do público.
Políticos do SD com mandato, e cotados para a disputa eleitoral deste ano, também exibiram faixas no evento, casos do deputado federal Herculano Borges e dos vereadores Papy e Lucas de Lima –este era um dos apresentadores do evento, que conta também com shows musicais e sorteio de um automóvel e duas motos, mas nenhum dos materiais encontrados pela reportagem apresentava pedidos de voto, estampando nomes ou mensagens de parabéns aos trabalhadores pela celebração do 1º de Maio.
Por se tratar de ano eleitoral, 2018 tem regras específicas para possíveis pleiteantes a cargos eletivos. A campanha propriamente dita, com pedidos explícitos de votos, só poderá ser realizada a partir de agosto, depois das convenções partidárias. Até lá, os partidos e pré-candidatos estão limitados pelo período de pré-campanha –que permite a discussão de projetos eleitorais apenas internamente. Irregularidades podem ser denunciadas à Justiça Eleitoral.
Vice-presidente do SD, Alessandro Menezes destacou que, apesar da presença de militantes e filiados, o evento da Força Sindical não tem cunho político. “Hoje não tem candidato, porque não passou pelas convenções. O espaço é livre, não podemos proibir nenhum tipo de manifestação, mas se estiver irregular, teremos de lidar com isso na Justiça”, explicou.
Menezes também lembrou que o SD nasceu da Força Sindical e, por isso, nutre proximidade com a central. “Participamos desse tipo de evento, mas cada um aqui terá de lidar com o que for irregular no futuro”, advertiu.