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Política

Comissão da Verdade no MS ouve fundadores do PT sobre repressão na ditadura

Nyelder Rodrigues | 03/04/2013 22:34

Foi feito na tarde desta quarta-feira (3) a primeira oitiva do Comitê Memória, Verdade e Justiça em Mato Grosso do Sul. Dois fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) falaram sobre a perseguição política sofrida no final dos anos 70 e inícios dos anos 80.

A oitiva foi realizada na Assembleia Legislativa, junto a Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos da casa. Os interrogados, Haroldo Borralho e Sérgio Onça, explicaram que os militantes de partidos de esquerda eram perseguidos pelo governo.

“Eram pressões psicológicas, ligações telefônicas anônimas, ameaças para cancelar eventos partidários ou reuniões políticas e até o local de trabalho recebia agentes e pessoas que mandavam recados para que nós desistíssemos dos nossos ideais”, contou Borralho.

Os dois militantes também se lembraram do incêndio que atingiu a sede do partido na época, afirmando que ele foi criminoso, sendo uma forma de impedir a organização de partidos políticos de esquerda. Ameaças psicológicas, como a utilização de carros para seguir militantes na saída de reuniões para descobrir onde essas pessoas moravam, também foram lembradas.

O presidente da Comissão, o deputado estadual Laerte Tetila (PT), explicou que os depoimentos mostraram uma nova história do Estado. “Reunimos informações que revelam parte da história de Mato Grosso do Sul que estava ocultada. Rompemos o silêncio e estas informações serão fundamentais para combater a impunidade, restaurar a dignidade, aperfeiçoar o aparato institucional e promover a reparação destes direitos violados”.

A iniciativa tem como objetivo coletar informações a partir de oitivas com pessoas que sofreram violações entre os anos 1946 e 1988 no Mato Grosso do Sul. Ao final dos trabalhos, um relatório será produzido e encaminhado para a Comissão Nacional da Verdade e órgãos do governo.

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