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Política

CPI do Calote tenta achar ligação de Bernal com a “República de Maracaju”

Zemil Rocha e Jéssica Benitez | 15/08/2013 17:46
CPI do Calote descarta convocação do prefeito Alcides Bernal (Foto: Marcos Ermínio)
CPI do Calote descarta convocação do prefeito Alcides Bernal (Foto: Marcos Ermínio)

Naquela que talvez seja a última oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Calote, os vereadores vão buscar informações que evidenciem a relação do prefeito Alcides Bernal (PP) com a denominada “República de Maracaju”. Uma das pessoas tidas como indicadas pelo ex-prefeito Celso Vargas, de Maracaju (daí o nome de “República de Maracaju”), a coordenadora da Central de Compras da Prefeitura de Campo Grande, Gislaine do Carmo Penzo Barbosa, será ouvida na próxima reunião da CPI, marcada para segunda-feira (19).

O presidente da CPI do Calote, vereador Paulo Siufi, foi o primeiro a denunciar publicamente, da tribuna da Câmara, que Celso Vargas, amigo do prefeito Alcides Bernal, estaria influenciando a administração municipal de Campo Grande. Denominando o esquema de “República de Maracaju”, Siufi afirmou que “políticos” maracajuenses estariam conduzindo, oficialmente ou não, a Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agronegócio), a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) e a Central de Compras.

Integrantes da CPI do Calote desconfiam que a “Republica de Maracaju” teria feito a indicação da empresa Salute Distribuidora de Alimentos Ltda. As articulações teriam passado pela Sedesc, onde trabalha Giovana Vargas, esposa do ex-prefeito Celso Vargas, com grande poder de decisão.

A convocação da chefe da Central de Compras da Prefeitura, Gislaine do Carmo Penzo, que comandou o mesmo setor na administração do ex-prefeito de Maracaju, encerrada em 31 de dezembro do ano passado, busca esclarecer contradições envolvendo a contratação da Salute. Embora tenha sido criada em abril deste ano com um capital social de apenas R$ 50 mil, a Salute conquistou um contrato emergencial com a prefeitura no valor de R$ 4,3 milhões, para fornecer alimentos aos Centros de Educação Infantil (Ceinfs).

Quanto aos pregões, os vereadores querem saber porque Gislaine do Carmo aceitou a empresa Salute ser contratada mesmo sem ter licença sanitária, embora esta exigência, segundo eles, tenha sido feito para outras firmas. A Central de Compras teria desqualificado algumas empresas por falta desse documento, que agora o secretário de Saúde, Ivandro Fonseca, não ser de exigência obrigatória.

Gislaine do Carmo também será questionada sobre a alta dos preços da Salute. Quando disputou com outras empresas, a Salute apresentou preços baixíssimos, com alguns itens com valores abaixo do praticado no atacado, mas depois de ser contratada reajustou em até 113% praticamente todos os produtos.

Cassação de Bernal – O presidente da CPI do Calote, Paulo Siufi, descartou nesta quinta-feira a possibilidade de haver convocação do prefeito Alcides Bernal para prestar depoimento. Indagado se ele não iria convocar o prefeito, Siufi respondeu: “Não tem de convocar, tem de fazer cassação e chega”.

Para o relator da CPI, vereador Elizeu Dionízio, já existe elementos suficientes para a abertura de um processo de cassação contra o prefeito Bernal. “Cabe improbidade administrativa ao prefeito até mesmo em relação à alta do preços da Salute”, afirmou.

 

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