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Política

Cury diz que não quer "jogar" contra ou a favor de Bernal; mas vê saúde na UTI

Josemil Arruda | 18/12/2013 16:03
Cury abraçado ao futuro colega de Câmara, Paulo Siufi  (Foto: arquivo)
Cury abraçado ao futuro colega de Câmara, Paulo Siufi (Foto: arquivo)

O médico José Eduardo Cury (PT do B), um dos quatro novos vereadores anunciados hoje pelo juiz da 54ª Zona Eleitoral, considera superada a dicotomia entre oposição e situação. Para ele, o processo de cassação contra o prefeito Alcides Bernal (PP) é assunto técnico e não político. “Não vou entrar jogando contra o prefeito ou a favor”, anunciou Cury, deixando claro, porém, que continua considerando deplorável a gestão que vem sendo feita na saúde pública da Capital.

Embora ainda temendo mudanças na Justiça quanto à vaga da Câmara, já que há recursos dos vereadores cassados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Cury esclareceu que sua principal área de atuação na Câmara será mesmo na área da saúde. “Eu estou com 38 anos de medicina. Me especializei em saúde pública. Essa é a minha bandeira durante o tempo todo, implantando Samu e outros serviços”, declarou, explicando que entrou na disputa eleitoral por perceber que tinha atuação limitada, nas funções comissionadas que assumiu, sem poder influenciar como gostaria nas decisões políticas do setor.

Informou que também pretende implementar projetos, como vereador, na área social, educação e transito. “Hoje o trânsito é uma grande endemia causadora de mortes por trauma”, observou o novo vereador, que será diplomado amanhã, junto com Francisco Luiz do Nascimento, o “Saci”, Marcos Alex e José Chadid.
Outra bandeira relevante, segundo Cury, será a luta pela “ética na política”, que foi o grande clamor das ruas neste ano.

Bancada de Bernal – Questionado se fará parte da bancada de oposição ao prefeito Alcides Bernal ou integrará a base de apoio, José Eduardo Cury respondeu: “Quero levar para a Câmara essa discussão. Esse negócio de oposição e situação está muito ultrapassado. Não cabe mais ser situação única e exclusivamente e não ver falhas. Acho absurdo isso. Também não acho justo ficar na oposição e não enxergar qualidades do governo. Isso é para torcedor de time de futebol, que nasce flamengo e vai morrer flamengo. Ficou ‘demodê’ isso”.

Indagado sobre sua opinião quanto à administração do prefeito Alcides Bernal, se a aprova ou não, o novo vereador do PT do B manifestou grande insatisfação com o trabalho no setor de saúde pública. “Na área de saúde houve um retrocesso absurdo. É a área que milito. Foi escolhido um secretário leigo que não conseguiu até agora fazer uma licitação. Um ano de governo e não tem uma licitação de medicamento. Tem de fazer revisão nisso”, defendeu.

Segundo Cury, continua muita grave a situação. “Ainda está faltando medicamentos, falta lençóis, há um estacionamento de pacientes graves nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que não estão preparadas para receber pacientes”, afirmou. Para ele, o prefeito precisa de um “olhar menos político e mais técnico” nessa área. “Fiz essas criticas para colaborar com ele”, assegurou.

Plantões fantasmas - O médico José Eduardo Cury negou que tenha recebido R$ 635.004,74, no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2012, em “plantões fantasmas” como foi denunciado por um site de notícias da Capital, com base em suposto levantamento realizado pelo departamento de recursos humanos da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), comandada por Ivandro Fonseca. Conforme a denúncia, Cury teria recebido o valor equivalente a 912 plantões, sem ter efetivamente os trabalhado as 10.944 horas equivalentes.

O médico José Eduardo Cury considerou que a denuncia é “mentirosa”, enfatizando que “repudia essa atitude mesquinha” e desprovida de comprovação. Trata-se, na opinião dele, de uma denúncia apócrifa. “Não fui notificado de nada. Não sei de nenhuma irregularidade. Minha história fala por mim”, afirmou Cury.

Para ele, a “única explicação é revanchismo político pelas críticas que venho fazendo à gestão da saúde em Campo Grande”. Instado a informar se a situação dele era semelhante a do vereador Paulo Siufi (PMDB), que enfrenta sindicância na prefeitura também pela acusação de ter recebido a mais, José Cury disse: “É isso. É como também a situação do Renato Figueiredo, que está suspenso há 60 dias sem direito de defesa”, apontou.

Conforme Cury, no período a que se refere a denuncia estava exercendo cargos comissionados na prefeitura. “O período do Samu foi de 2005 a 2009. Depois passei por outro projeto, o Gisa (Gerenciamento de Informações da Saúde)”, relatou. Considerando que a denúncia é descabida, o médico disse que já procurou seus advogados para tomarem as medidas judiciais cabíveis.

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