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Política

De grampeador a tijolo: ataques a trabalhadores da saúde se tornam rotina em MS

Representantes de categorias debateram tema na Alems após agressão e depredação ocorridas na semana passada

Por Cassia Modena e Judson Marinho | 24/09/2025 18:12
De grampeador a tijolo: ataques a trabalhadores da saúde se tornam rotina em MS
Marco Aurélio Amorim Bonet falou sobre situações de medo e pressão enfrentadas por agentes de endemias (Foto: Osmar Veiga)

Representantes de profissionais de saúde de Campo Grande e Dourados voltaram à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul na tarde desta quarta-feira (24), após mais uma onda de violência atingir locais de atendimento público.

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Profissionais de saúde de Campo Grande e Dourados relataram casos de violência em unidades de atendimento público durante o lançamento de uma frente parlamentar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Os incidentes incluem agressões a enfermeiros na Capital e depredação da UPA de Dourados. Em Dourados, profissionais enfrentam alta demanda de atendimentos, chegando a 90 pacientes por dia em jornadas de 6 horas. Segundo o Conselho Regional de Enfermagem, as agressões têm se intensificado em 2024, com casos de violência física e psicológica, incluindo ataques com objetos e ameaças. Os profissionais reivindicam reforço da Guarda Municipal e monitoramento por câmeras.

Agressão a enfermeiros na Capital e depredação da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Dourados, ocorridas na semana passada, reacenderam o alerta sobre insegurança e levaram ao lançamento de uma frente parlamentar para manter o assunto em pauta até que se encontrem soluções. Em agosto deste ano, a Casa de Leis já havia sido palco de uma audiência pública para debater o mesmo tema.

Presidente do sindicato que representa os agentes de endemias de Dourados, Marco Aurélio Amorim Bonet relatou à frente parlamentar a alta demanda que deixa pacientes, acompanhantes e os próprios profissionais no limite e acaba provocando violências. Nas unidades de saúde do município, ele contou, um só profissional chegou a realizar cerca de 90 atendimentos a cada dia de trabalho, cumprindo jornada de 6 horas diárias num mês com muita demanda.

De grampeador a tijolo: ataques a trabalhadores da saúde se tornam rotina em MS
Representantes e público no Plenarinho da Assembleia (Foto: Osmar Veiga)

Na rotina aparentemente tranquila dos agentes de endemias em visita a residências, a pressão e o medo também aparecem. "É comum nos depararmos com moradores que portam armas e sofrermos agressões verbais", relata Marco Aurélio.

O reflexo disso tem sido o afastamento dos profissionais. "Dos 282 agentes comunitários de saúde cadastrados, atualmente temos 246 atuando. Muitos desses afastamentos são motivados por problemas relacionados à exaustão mental", acrescenta o sindicalista.

O conselheiro do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) e professor de enfermagem na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), Wilson Brum, avalia que as agressões estão cada vez mais constantes e violentas.

De grampeador a tijolo: ataques a trabalhadores da saúde se tornam rotina em MS
O conselheiro Wilson Brum falou até em tijolada (Foto: Osmar Veiga)

"Em 2024, notamos um aumento da violência, algo que não era tão frequente. Ainda não quantificamos o número exato de casos, mas posso garantir que recebemos relatos semanalmente", começa.

Wilson diz que já foram recebidos relatos de que profissionais foram atacados com um grampeador e até com um tijolo. Uma técnica de enfermagem agredida chegou a ter duas costelas fraturadas. "Não se limitam a agressões físicas. Também recebemos relatos de violência psicológica. Por exemplo, vereadores solicitando documentos de pacientes e ameaçando tomar medidas, exercendo pressão psicológica, o que é constante", finaliza.

Em comum, os representantes dos profissionais reivindicam o reforço do efetivo da Guarda Municipal nas unidades de pronto atendimento e nos hospitais, além de outras medidas de segurança, como o monitoramento de câmeras em tempo real.

A frente parlamentar foi lançada no Plenarinho da Assembleia Legislativa e a primeira reunião foi realizada com a presença dos deputados Pedro Caravina (PSDB), Lia Nogueira (PSDB), Mara Caseiro (PSDB), Lídio Lopes (sem partido) e Gleice Jane (PT).

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