Defesa de Delcídio deve pedir quebra de sigilo telefônico de filho de Cerveró

A defesa do senador Delcídio do Amaral (PT) deve pedir nos próximos dias a quebra de sigilo telefônico de Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Bernardo é responsável pela gravação da conversa que levou o parlamentar a ser preso, em novembro do ano passado.
Delcídio é acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, ao articular fuga de Cerveró para que ele não aceitasse um acordo de delação premiada.
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De acordo com informações repassadas pelo advogado Antônio Figueiredo Basto ao jornal Folha de S. Paulo, a solicitação vai integrar a defesa de Delcídio e deverá ser entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal) até a próxima segunda-feira, dia 25.
A intenção da defesa é de que o acesso à lista de pessoas com quem Bernardo trocou telefonemas revele se o filho de Cerveró manteve contato com procuradores da Operação Lava Jato antes de o senador ser detido.
“Podemos e vamos pedir essa quebra. Quero saber como e quem industriou o Bernardo. Só o Supremo poderia autorizar (a gravação da reunião com Delcídio)", afirmou Figueiredo Basto à Folha de S. Paulo.
No mesmo documento, os representantes do parlamentar devem pedir que a ação penal não seja aceita, além de pleitearem a revogação da prisão de Delcídio, que dura dois meses.
O texto publicado pela Folha de S. Paulo reforça que Delcídio tem reafirmado sua mágoa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o comando nacional do PT. O senador se sente abandonado pelos correligionários no momento em que mais precisava deles.