Deputado pede suspensão de licença da JBS por mau cheiro causado em 5 bairros
Segundo Pedrossian, farinha de sangue e osso são os causadores do problema

O deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD) anunciou nesta quinta-feira (10), durante sessão na Assembleia Legislativa, que vai apresentar um projeto de decreto Legislativo para suspender o processamento de farinha animal, que é feito de sangue, ovo, ossos, peles e gorduras, na JBS da Nova Campo Grande. Segundo ele, essas atividades são as principais responsáveis pelo mau cheiro que há anos incomoda os moradores da região.
RESUMO
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Deputado propõe suspender atividades da JBS em Campo Grande devido ao mau cheiro. Pedrossian Neto (PSD) anunciou projeto para interromper o processamento de farinha de sangue, ovo, ossos, peles e gorduras na unidade da Nova Campo Grande, apontado como causa do odor que afeta moradores há anos. A proposta visa suspender apenas parte da operação, mantendo o abate de bovinos. Moradores relatam problemas de saúde causados pelo mau cheiro. Relatos de moradores apontam dificuldades respiratórias, necessidade de uso de antialérgicos e impossibilidade de receber visitas em casa. O Ministério Público Estadual cobra informações da Planurb sobre o cumprimento das normas ambientais pela JBS. Um TAC firmado em 2023 prevê multa por descumprimento das obrigações.
“Eu não quero fechar o frigorífico, eu não quero causar danos econômicos à empresa, eu quero que ela se adeque. Queremos a suspensão parcial da operação para a fabricação da farinha de osso e a farinha de sangue. O abate de bovinos, com abate regular para 1.200 cabeças, esse continua regular, continua normal, mas, esses dois produtos não têm como ser fabricado nessas condições naquele lugar”, destacou.
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Ainda de acordo com o deputado, a solução mais viável é mudar esse tipo de operação de lugar.
“Ou mudam 100 mil pessoas de lugar, ou muda essa parte da operação da fábrica. É a farinha de sangue e a farinha de osso, esses dois produtos não são a parte mais importante do faturamento da empresa, eles são extremamente fedidos, não tem outra palavra para falar isso, eles causam cheiro de ovo podre que é um ácido sulfídrico, tem putrescina, tem uma série de outras cadaverina, são compostos químicos, porque eles são restos animais que causam um odor absolutamente insuportável”, completou.
Pelo menos 5 bairros são diretamente afetados: Nova Campo Grande, Copa Trabalho, Jardim Carioca, Jardim Itália e Inápolis, segundo Pedrossian.
Durante a sessão, moradoras da região também relataram os efeitos do problema no dia a dia. A aposentada Célia das Neves, de 58 anos, disse conviver com o mau cheiro há 35 anos.
“O mau cheiro é constante, principalmente na hora do almoço e ao entardecer. Causa falta de ar, as crianças têm que tomar antialérgico”, lamentou.
A aposentada Maria Cristina Alves, de 61 anos, e a administradora Cleonice Pereira, de 45, também reforçaram os apelos por providências.
“O mau cheiro é muito desagradável. Precisamos ter qualidade de vida, não estamos preocupados com indenização, mais uma vez estão tentando buscar uma solução. À noite, o cheiro é pior e muitas vezes não conseguimos jantar”, reclamou.
Cleonice também diz que é difícil até receber visita em casa. “O cheiro é muito forte, causa náusea. Não conseguimos nem receber visitas”, completou.
O Campo Grande News entrou em contato com a JBS sobre a situação e aguarda o retorno.
Outra unidade - O MPMS (Ministério Público Estadual) cobrou a Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) para informar se a JBS, localizada no Núcleo Industrial, está cumprindo as obrigações.
Uma das questões a serem analisadas pelo órgão municipal é se houve algum lançamento de efluente em desconformidade com as normas ambientais.
Em fevereiro do ano passado, o MPMS firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o frigorífico.
Conforme estabelecido na época, o descumprimento das obrigações implicaria em multa de 200 Uferms (Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul), ou seja R$ 9,6 mil, se considerar o valor de R$ 48,42 de fevereiro do ano passado.
Também ficou acordado que a JBS deveria doar ao Fundo Municipal de Meio Ambiente de Campo Grande, a quantia de R$ 70 mil, por ter descumprido condicionante da licença de operação.
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