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Interior

JBS acusa MST e vereador de barrarem acesso a palco de despejo em abril

Empresa registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil; vereador diz que atuou para evitar conflito

Por Helio de Freitas, de Dourados | 08/05/2025 11:03


RESUMO

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Em Dourados (MS), a área de uma propriedade da JBS, palco de despejo de famílias do MST em abril, voltou a ser foco de tensão. Integrantes do Acampamento Esperança se mobilizaram após máquinas se aproximarem dos barracos restantes, levando à intervenção da Polícia Militar. A JBS acusa o MST e o vereador Franklin Schmalz (PT) de obstruir o acesso de máquinas à propriedade. Schmalz afirma que atuou como mediador para evitar conflitos, buscando esclarecimentos junto à JBS sobre a movimentação das máquinas perto das hortas e viveiros do acampamento. Um acordo entre o MST, a JBS e a polícia garantiu um prazo de 10 dias antes de novas intervenções na área. A empresa se comprometeu a preservar as hortas e viveiros, limitando-se a impedir a circulação de pessoas e realizar a limpeza do terreno. Uma reunião entre o Incra e o MST está agendada para discutir a situação das famílias despejadas.

A tensão voltou nesta quarta-feira (7) ao local de onde famílias do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foram despejadas pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, no dia 27 do mês passado, no município de Dourados. Localizada na margem da MS-379, a propriedade pertence à empresa JBS.

Integrantes do Acampamento Esperança se mobilizaram após movimentação de máquinas perto dos barracos. A Polícia Militar foi chamada, diante do risco de confronto (veja o vídeo acima).

Em boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, funcionário da JBS acusou o MST e o vereador Franklin Schmalz (PT) de impedirem acesso de caminhões e máquinas à propriedade. Já o vereador afirma que esteve no local para mediar um acordo e evitar confronto.

O clima ficou tenso após a chegada das máquinas, acompanhadas por equipe de uma empresa de segurança privada. Os sem-terra temiam que o objetivo fosse destruir barracos e hortas ainda presentes nas terras da JBS.

Conforme a ocorrência policial registrada na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) pelo funcionário da JBS, os sem-terra trancaram o acesso impedindo a passagem dos caminhões e máquinas na propriedade. Na denúncia, Franklin Schmalz foi acusado de liderar o bloqueio e teria usado o próprio veículo para bloquear o portão de acesso.

Ao Campo Grande News, Franklin disse que foi ao local após receber vídeos mostrando máquinas operando perto das hortas e viveiros do acampamento, localizados nas margens do Córrego Laranja Doce. “As famílias acampadas temiam a destruição total do espaço, incluindo plantações de alimentos ali mantidas”.

O vereador afirma que se dirigiu à sede da JBS, para diálogo com funcionário que se apresentou como responsável, mas não apresentou qualquer documentação sobre seu vínculo ou ordem da empresa para as ações.

JBS acusa MST e vereador de barrarem acesso a palco de despejo em abril
Carro de empresa de segurança e máquinas perto de acampamento (Foto: Divulgação)

“O objetivo foi compreender a natureza da operação e os motivos da presença das máquinas, considerando a legítima preocupação das famílias (entre as quais havia mulheres, crianças e idosos), especialmente após a ação do Choque ocorrida em abril”, afirmou Franklin.

Segundo ele, o comando da Polícia Militar em Dourados informou que as equipes estavam no acampamento para garantir a segurança de todos os envolvidos. “Minha presença ali tinha o intuito de buscar mediação entre a direção da empresa e o movimento, de forma a evitar qualquer tipo de conflito”.

Após acionar a Superintendência do Incra, Franklin disse que permaneceu no local prestando solidariedade ao movimento, que resistia à tentativa de entrada das máquinas na área. “Não houve qualquer ameaça à posse da propriedade”.

Segundo ele, foi firmado acordo com direção da JBS e concedido prazo de 10 dias antes do início das intervenções na área. Após esse período, as máquinas atuarão na região com o objetivo de impedir trânsito de pessoas na propriedade privada e fazer a limpeza do terreno. Ficou garantido que as hortas e os viveiros não serão destruídos.

Reunião entre representantes do Incra e do MST está prevista para esta sexta-feira (9), para novos encaminhamentos à situação. “Seguimos pressionando os órgãos competentes para construir solução definitiva que viabilize o assentamento das famílias acampadas”, disse o vereador. O MST não se manifestou sobre os fatos desta quarta-feira.

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