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Política

Deputados podem ser cassados por sugestão de fraude em folha de ponto

A iniciativa é de quatro advogados e deve ser protocolada na Assembleia nesta quinta-feira

Luana Rodrigues | 03/11/2016 08:56
Áudio flagrou Paulo Corrêa e Felipe Orro combinando fraude a folha de ponto de servidores da Assembleia. (Foto: Divulgação/ ALMS)
Áudio flagrou Paulo Corrêa e Felipe Orro combinando fraude a folha de ponto de servidores da Assembleia. (Foto: Divulgação/ ALMS)

Advogados devem protocolar na ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) na manhã desta quinta-feira (03), uma representação por quebra de decoro contra os parlamentares Felipe Orro (PSDB) e Paulo Corrêa (PR). Os juristas querem a cassação dos dois deputados por conta de um áudio em que combinam fraudar a folha de frequência de servidores da Assembleia.

A iniciativa é dos advogados Ilmar Renato Fonseca, Fábio Lechuga Martins, João Victor de Souza Cyrino e Priscila de Santana Anzoategui.

“O ato dos dois é extremamente atentatório ao decoro parlamentar. Muito mais grave por parte do deputado Paulo Corrêa, que propõe a ação. Mas, o deputado Felipe Orro exerce função pública, portanto foi omisso ao não denunciar o colega e isso é passível de punição. Ele tinha o dever de agir, mas não, ele se calou”, considera Ilmar Renato.

Conforme o advogado, o documento tem 14 páginas e distribui em seis partes a narração dos fatos, a legitimidade da representação e as violações ao decoro parlamentar. “Também vamos cobrar a instalação e funcionamento do Conselho de ética da Atividade Parlamentar, que até hoje não foi implantado, para que o caso seja julgado pelo conselho e não pela corregedoria”, explicou.

Na terça-feira (1º), o pedido de apuração dos fatos foi enviado pelo presidente da AL, Junior Mocchi (PMDB), à Corregedoria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que é presidida pelo deputado Maurício Picarelli (PSDB).

O Campo Grande News  tentou falar com os dois deputados citados, no entanto, nenhum deles atendeu às ligações.

Flagrante - Corrêa foi flagrado falando para Orro colocar um ponto de frequência, mesmo que fictício, em seu gabinete. Seria uma reação, para evitar problemas, a reportagem exibida pelo Fantástico, da Rede Globo, sobre a farra com dinheiro público nos parlamentos Brasil afora.

Na última terça, Corrêa disse ter usado o termo “fictício” de forma inadequada. Falou que queria dizer para a frequência ser manuscrita.

Picarelli afirmou que vai esperar o pedido de investigação chegar oficialmente e, desta forma, então, “abrir a apuração na corregedoria”. Ainda sugeriu que, se a presidência quiser, poderá criar uma comissão de ética para investigar a situação. “Mas seria uma decisão do presidente”.

Controle eletrônico - Diante da situação exposta com a divulgação do áudio, que teria sido gravado em junho do ano passado, Mochi também afirmou que deu autorização para abrir licitação de compra de ponto eletrônico na casa.

A sugestão foi dada por Corrêa na tribuna, inclusive. Segundo o parlamentar, ele já elaborou um modelo, anteriormente, mas “infelizmente não foi implementado”. “Agora estou com requerimento ao presidente, para que seja instalado até o fim do ano”.

Investigação - O Gaeco (Grupo de Atuação Especiual de Combate ao Crime Organizado) abriu uma apuração, que está mantida em sigilo, a princípio. O Ministério Público, instituição a qual Gaeco é subordinado, disse que só se posicionará no fim das investigações.

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