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Política

"Deveriam comprar cestas básicas", reage Marquinhos a protesto de comerciantes

Prefeito criticou também as falas recentes do presidente que, segundo ele, provocarão divisão no País

Marta Ferreira e Clayton Neves | 27/03/2020 12:47
Pedestre passa em frente a restaurante fechado no Centro de Campo Grande. (Foto: Arquivo)
Pedestre passa em frente a restaurante fechado no Centro de Campo Grande. (Foto: Arquivo)

 “Em vez de fazer carreata, deveriam economizar o dinheiro da gasolina para comprar e doar cestas básicas aos funcionários”. Foi a crítica do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), a comerciantes que convocaram protesto nesta tarde contra as medidas restritivas adotadas para impedir o avanço da pandemia de coronavírus. A maior parte das lojas está fechada, por determinação da prefeitura.

 “Não precisa distribuir 20 litros de gasolina”, afirmou o prefeito, sobre informações recebidas de que estariam, segundo ele, sendo entregues vales  para aquisição de combustível, como forma de a manifestação ter mais gente.  Para o mandatário, os organizadores deveriam, pelo menos, optar por uma caminhada. “Num momento em que o comércio está sem dinheiro?”, questiona.

 A convocação, que está circulando pelos grupos de WhatsApp, é assinada por “empresários e pais de família em MS”. O texto diz que os envolvidos não vão deixar “tudo que conquistamos ir por água abaixo” e promete buzinaço em frente à Prefeitura, a partir das 14h.

 Culpado – Em entrevista ao Campo Grande News, no gabinete da Esplanada, o prefeito não poupou críticas às falas recentes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contrárias ao isolamento social como forma de evitar a propagação do coronavírus. “Jogou o empresariado contra os governantes”, define Marquinhos.

 Foi citado por Marquinhos que, 10 dias atrás, o próprio presidente apareceu ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS), que pedia a adoção de medidas urgentes e necessárias para conter a disseminação do microorganismo e vitar colapso na saúde pública.

Ao mudar a postura, diz o prefeito, Bolsonaro criou divisão no País.

De luva, Marquinhos dá entrevista em programa de televisão. 
De luva, Marquinhos dá entrevista em programa de televisão.

Depois, citou a afirmação mais recente de Bolsonaro, de que o brasileiro “pula té em esgoto” e sobrevive.

“Isso não é fala de um líder”, diz. “Isso não é  a maneira verbal de um presidente se comunicar com as pessoas”, completa.

Repetindo o que vem dizendo nos últimos dias, ao adotar providências de restrição à circulação de pessoas e funcionamento de estabelecimentos de concentração de público, Marquinhos relembrou a situação de outros países, citando a Disney fechada, a Olímpiada cancelada, e lembrando o número alto de mortes na Itália pela Covid 19.

“Não é possível que isso seja uma enganação só pra afetar Campo Grande”, conclui.


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