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Política

Em audiência marcada por "guerra" familiar, CPI ouve prefeito de Naviraí

Helton Verão e Zana Zaidan | 23/09/2013 16:40
Léo Matos e o tio Onevan de Matos discutiram de forma "educada" os problemas da saúde em Naviraí (Divulgação)
Léo Matos e o tio Onevan de Matos discutiram de forma "educada" os problemas da saúde em Naviraí (Divulgação)

A CPI da Saúde da Assembleia Legislativa está ouvindo, na tarde desta segunda-feira (23), o prefeito de Naviraí, Léo Matos (PV). A mesa diretora é formada pelos deputados estaduais Amarildo Cruz (PT), Lauro Davi (PSB) e Onevan de Matos (PSDB), que é ex-prefeito do município e tio de Léo.

Onevan foi o que mais questionou a gestão do sobrinho Léo. E os dois momentos, o clima ficou tenso entre os dois. “Estão batendo nesta tecla da saúde de Naviraí, mas o problema não é de hoje, vem de 20 anos para cá. A cidade é um pólo regional da saúde. Atendemos também municípios de Itaquiraí e região. Tudo isso com apenas seis ambulâncias em estado precário”, argumentou o prefeito, que não concordava com a convocação.

O atual prefeito foi convocado após ter faltando na reunião que aconteceu no dia 26 de agosto em seu município, o deputado estadual Onevan de Matos (PSDB), que também integra a CPI, requisitou o seu depoimento na semana passada, o presidente da comissão, o deputado estadual Amarildo Cruz (PT), foi contra. No entanto, a CPI acabou aprovando a convocação.

Léo lembrou que, atualmente, Naviraí atende até 85% de pacientes só da cidade, e ainda atende a região. “A cidade tem um só hospital para atender 50 mil habitantes. Não existe setor de ortopedia, ou hemodiálise e nem UTI”, citou o prefeito.

“É um grande descaso, se um idoso com um problema na coluna ter que ser transferido para a Capital as pressas, ele vai em em uma ambulância velha, por não termos condições de atendermos em Navirai”, contou.

O deputado Onevan, lembrou que a situação não é de hoje, mas que não justifica o prefeito não apresentar os documentos solicitados, como os processos licitatórios e de execução financeira.

O prefeito do PV respondeu argumentando que o valor repassado a saúde do município de Naviraí é de cerca de R$ 1,7 milhão, o que é considerado pouco por ele. “Somos o 9º na lista da destinação de verba para a saúde. Não sei qual o critério do Governo do Estado, porque se for por demanda de atendimento ou numero de habitantes, não faz sentido. Mas eu tenho certeza que vocês vão apurar”, retrucou.

Onevan replicou, novamente, questionando os documentos não apresentados por Léo. “Complica conseguir emendas para viabilizar liberação de recursos sem os documentos. Primeiro é preciso organizar a casa, para depois conquistar os esforços do Governo do Estado e Federal”, recomendou o tucano.

Segundo Onevan, não existe nenhum questão pessoal na sua convocação, foi apenas um acordo dessa comissão e que enxergou a necessidade de que ele apresentasse algum documento e os projetos futuros para a saúde de Naviraí. “Acho que você devia aproveitar essa oportunidade para mostrar o que você quer fazer”, aconselhou.

Em resposta, Léo avisou que não é obrigado a gostar do tio. “Nem eu dele, nem ele de mim. Independente dos nossos problemas familiares, os deputados tem obrigação de trabalhar pelo bem dos outros municípios”, avisou.

Prejudicado – Léo Matos afirmou que libera 21% do orçamento do município à Saúde. “Estou tentando tirar do papel o projeto de reforma do hospital, ele chegou até ele com diversos erros de engenharia, que impediam a liberação de recursos que faltavam para dar continuidade” lamentou.

De acordo com o atual prefeito, Ministério da Saúde já liberou dinheiro e a previsão é de concluir a reforma em novembro. “Compramos até uma ambulância nova com recursos próprios”. Onevan “cutucou” o sobrinho novamente, e lembrou que o hospital da cidade foi construído em sua gestão.

Sem titubear, Léo Matos bateu e depois assoprou: “Quando você foi prefeito a cidade era bem menor e por isso a demanda dos hospitais também era menor. Mas você fez um bom trabalho”, finalizou.

A audiência segue acontecendo, os deputados estão ouvindo também o presidente do conselho de secretários municipais de Mato Grosso do Sul, Frederico Marcondes Neto.

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