ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  30    CAMPO GRANDE 19º

Política

Em sessão com palavrão, Zeca e Catan prometem acionar Comissão de Ética

Clima ficou tenso pelo segundo dia seguido pelos debates sobre sem-terra e ação policial

Por Maristela Brunetto | 30/04/2025 12:56

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Deputados trocam acusações e prometem denúncias na Comissão de Ética. Zeca do PT e João Henrique Catan (PL) protagonizaram um intenso debate na Assembleia Legislativa, com acusações mútuas e promessa de representações na Comissão de Ética. O confronto teve início após Catan parabenizar Zeca pela sanção de uma lei, em 2006, que embasou ações recentes da Polícia Militar contra manifestantes sem-terra. Zeca acusou Catan de distorcer suas falas, proferidas em sessão anterior, para constrangê-lo. A discussão acirrou-se quando Catan classificou os manifestantes como "criminosos e bandidos" e questionou se Zeca teria incluído o trecho da lei para proteger interesses particulares. Zeca, por sua vez, afirmou que Catan explorou de forma "canalha" suas declarações, negando ter ofendido a Polícia Militar, mas sim a ação contra os sem-terra. O presidente da Casa interveio após Zeca usar a palavra "canalha", mas o deputado manteve sua posição. Catan alegou ter se sentido ameaçado por Zeca e afirmou que levaria o caso à Comissão de Ética. Zeca respondeu que também acionaria a comissão contra Catan e o deputado Coronel David (PL), acusando-os de conduta "infame" e de disseminar mentiras. Após o embate, a sessão prosseguiu com a votação de projetos.



O deputado estadual José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, e João Henrique Catan (PL) trocaram ásperas farpas esta manhã e prometerem um denunciar o outro à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa. O tom subiu após Catan dizer que parabenizava Zeca pela sanção de lei que permitiu ação da Polícia Militar contra sem-terra e o petista dizer que houve aproveitamento “canalha” de suas falas proferidas na sessão de ontem, como forma de constrangê-lo com a Polícia Militar.

Ontem, Zeca disse que “a droga da polícia não fez nada”, em uma menção aos protestos após as eleições de 2022. Hoje, ele retomou o tema após João Henrique Catan ter mencionado a lei sancionada por Zeca, enquanto governador, em 2006, que impedia ocupação de faixas de domínio de estradas, gerou a base legal que legitimou a atuação da PM para remoção de sem-terra durante protestos nos últimos dias.

Na sequência, ainda questionou se Zeca havia incluído o trecho na Lei Nº 6.875/06 para proteger interesses particulares. O ex-governador primeiro disse que o trecho foi incluído no projeto de lei pelo próprio Legislativo e na sequência falou sobre a exploração “canalha” de sua manifestação. Disse que não chamou a corporação de canalha, mas a ação em relação aos sem-terra. Para mostrar o reconhecimento, disse que quando era governador investiu recursos e valorizou a PM.

Em sua manifestação, Catan ainda classificou manifestantes sem-terra como  “criminosos e bandidos”, que esperava que a polícia os nominasse para que fossem excluídos dos cadastros de famílias a serem beneficiadas pela reforma agrária.

Após usar a palavra canalha, Zeca recebeu reprimenda do presidente da Casa, Gerson Claro (PP), dizendo que não era bem vinda e que o caso poderia chegar à Corregedoria. O petista disse que não recuava no uso da palavra. O embate arrefeceu, com a entrada de outros temas, mas Catan retomou o assunto.

Briga escalou – Catan afirmou que recebeu a fala de Zeca como ameaça, dizendo que ouviu que levaria um soco, e que queria a degravação da sessão para levar o caso à Comissão de Ética, para apurar falta de decoro também pelo uso de palavras de baixo calão. Mencionou, até, que se houvesse alguma aproximação física entre os dois e ocorresse agressão, sua reação se enquadraria na chamada legítima defesa putativa, excludente de conduta criminosa descrita no direito penal para a pessoa que age preventivamente por temer sofrer violência.

Zeca, ouvindo tudo em pé, ao lado do deputado, ocupou o microfone na sequência e também disse que acionaria a Comissão de Ética, não apenas contra Catan, mas também citou Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PL), atribuindo a ambos "comportamento infame, injusto, indevido” ao utilizar mentiras contra os outros.

Após a troca de acusações, a sessão foi direcionada para a votação de projetos.

Nos siga no Google Notícias