Preso por sonegação de milhões já estava detido por não pagar pensão alimentícia
Gilson Lino atuava como gerente na Arroz Tia Morena Comércio de Cereais LTDA, segundo consta em rede social
O mandado de prisão de Gilson Alves Lino Júnior, de 53 anos, acusado de ser o líder de organização criminosa de sonegação de impostos desarticulada esta manhã na Operação Colheita Fantasma, foi cumprido na cela da 4ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, nas Moreninhas. Ele já estava preso por não pagar pensão alimentícia.
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O mandado de prisão de hoje foi expedido pela 6ª Vara Criminal, onde tramita o processo que desencadeou a ação realizada hoje pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) e realizou ainda a prisão de Lício Dávalos, 61, por porte ilegal de arma. Este foi detido em escritório no bairro Monte Castelo, onde seria cumprido apenas mandado de busca e apreensão.
Segundo as investigações do Dracco, diversas empresas, controladas de forma oculta por um mesmo grupo criminoso, movimentaram mais de R$ 1 bilhão em operações fictícias desde 2020, gerando um suposto crédito tributário indevido de pouco mais R$ 100 milhões, além de possíveis danos tributários em âmbito federal.
Gilson atuava como gerente na Arroz Tia Morena Comércio de Cereais LTDA, segundo consta em uma de suas redes sociais. A condição atual da empresa, em nome de uma mulher, no entanto, é de baixada na Receita Federal. O endereço de funcionamento quando estava ativa era no bairro Mata do Jacinto.
O gerente responde ao menos a oito procedimentos na Justiça de Mato Grosso do Sul, sendo o relativo a alimentos, além uso de documento falso, estelionato e organização criminosa. Há ainda processos de dívida ativa e falta de pagamento a bancos. Dos três casos a que responde por estelionato, o mais recente, de 2019, é oriundo transferência de veículo ao mesmo tempo em que o comprou. O mais antigo é de 2005.
Em setembro de 2017, Gilson comprou um carro Mercedes Benz e imediatamente o transferiu a terceiro através de falsificação de assinatura do proprietário do veículo e de documento de transferência. Ele foi denunciado pelo Ministério Público, mas nunca foi localizado para ser notificado da ação.
Em 2020, foi denunciado por uso de documento falso, ao adquirir uma fazenda em Rochedo, sem pagá-la. Entretanto, conseguiu registrá-la em seu nome fraudando documentação. Ele, junto com seu sobrinho, teriam simulado a compra da fazenda para obterem inscrição estadual para fins agropecuários. O caso ainda está em trâmite, sem sentença.
Na ação de alimentos, a última movimentação publicada em Diário Oficial é de março do ano passado, quando foi negado habeas corpus que alegava a ilegalidade da decretação da prisão.
Dávalos - Diferente de Lino, que já tinha mandado de prisão contra si, Lício Dávalos foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo. Os policiais da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) encontraram em gavetas do escritório dois revólveres calibre 38 e uma pistola, além de munições. Nenhum dos itens possui registro.
Ao informar sobre as armas, Lício disse serem herança paterna e sobre as munições, entre elas algumas estrangeiras de calibre 22, afirmou não se lembrar como as adquiriu. Ele foi dono da empresa cerealista Campo Grande Comércio de Cereais Ltda Me e atualmente seria corretor e sócio-administrador da empresa Grãos Soya Comércio de Cereais Ltda, localizada no bairro Tiradentes.

A defesa do empresário já entrou com pedido de liberdade, alegando principalmente, ser ele réu primário e endereço fixo, além de “sequer saber se as armas de fogo estão aptas a disparos, vez que se tratam de armas deixadas pelo seu genitor (após seu falecimento), que pelo seu estado – ao que parece – sequer prestam aos fins a que se destinam. Em verdade, o requerente sequer lembrava da existência das referidas armas de fogo. Ademais, conforme consta no flagrante, ao que parece, seria o caso de relaxar a prisão, vez que as armas apreendidas seriam – em tese – de uso permitido e não restrito”, revela a petição.
Quem também foi alvo da operação foi a empresária Thais Lopes Pierote, sócia na Indústria e Comércio de Farinha Itaunas Ltda, e da loja Closet Club, ambas em Ivinhema. Ela responde a diversas ações de cobrança por falta de pagamento na Justiça estadual.
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