Associação repudia fala de Zeca, que chamou PM de "a droga da polícia"
Fala do deputado "extrapola os limites da crítica política", segundo a AOFMS
A associação que representa os militares de Mato Grosso do Sul publicou, nesta terça-feira (29), nota de repúdio contra o deputado estadual José Orcírio Miranda, o "Zeca do PT", após declarações feitas por ele durante sessão da Assembleia Legislativa. Mais cedo, o parlamentar se referiu à PM (Polícia Militar) como “a droga da polícia”, durante debate sobre protestos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a atuação da tropa de choque em ações de desocupação no Estado.
Segundo a entidade, a fala do deputado “extrapola os limites da crítica política e invade o terreno da ofensa gratuita”, atingindo a dignidade da corporação e de seus integrantes. A AOFMS cobra retratação pública e afirma que “não se pode tolerar que um representante do povo utilize a tribuna parlamentar para promover o descrédito das instituições de segurança pública”, diz texto da AOFMS (Associação dos Oficiais Militares Estaduais).
A fala de Zeca ocorreu durante "bate-boca" entre parlamentares de oposição e governistas, provocado pela apresentação de moções de aplauso e repúdio sobre os recentes confrontos no campo. O deputado João Henrique Catan (PL) propôs moção de aplauso à Polícia Militar, enquanto Zeca e a deputada Gleice Jane (PT) defenderam repúdio à ação. O tom subiu quando o também deputado Coronel David (PL) reagiu, dizendo: “droga é o senhor, droga é o seu partido”.
A confusão levou o presidente da Casa, Renato Câmara (MDB), a suspender a sessão por alguns minutos. Na retomada, parlamentares do PL deixaram o plenário.
Verde e amarelo x vermelho - No mesmo dia, Catan apresentou projeto de lei que institui o programa “Movimento dos Trabalhadores com Terra”, com foco na proteção da propriedade produtiva e combate a ocupações ilegais. A proposta também cria o “Abril Verde e Amarelo” no calendário oficial do Estado, em contraponto ao “Abril Vermelho” do MST. O lema sugerido é: “Por uma terra legal, produtiva e sem invasões”.
Catan afirmou que “não há espaço para o uso político da pobreza ou para movimentos organizados que afrontem a lei e a propriedade privada”. O projeto já está em tramitação na Casa.
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