Empreiteiras poderão participar de outras obras na Capital, diz Bernal
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) disse, na tarde desta segunda-feira (11), que as empreiteiras terão a oportunidade de participar de outras obras ainda a serem feitas na cidade, que não seja o recapamento das quatro vias do corredor sudoeste do transporte coletivo urbano. A declaração foi feita depois que o sindicato representante das empresas afirmar que tentará barrar a obra, a ser executada pelo Exército Brasileiro, alegando perdas na geração de empregos.
Em reunião na Caixa Econômica Federal para liberação de recursos, o prefeito destacou que o empreendimento também gerará empregos para o Exército na Capital. “Os militares que irão trabalhar são todos de Campo Grande, ou seja, campo-grandenses também irão ganhar na produção da obra”, argumentou Bernal.
O prefeito falou ainda que está acontecendo um “mal entendido” e deu seu recado para as empreiteiras. “É um equívoco, todos vão ter oportunidade e todos irão ganhar. Existem outras obras a serem feitas, além do recapeamento, e que poderão ser licitadas junto a essas empresas”, justificou.
A parceria com o Exército para a realização da obra, orçada em R$ 19 milhões, foi anunciada pela Prefeitura no fim do ano passado, sob justificativa de redução de 25% do custo. Do outro lado, estão os empresários alegando que a economia pretendida pelo poder público vai travar a engrenagem da cadeia que geraria até 1.250 empregos, entre diretos e indiretos, se a obra fosse executada pela iniciativa privada.
O convênio para o recapeamento também foi criticado pelas entidades que representam os trabalhadores. O Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande) e o Sinticop/MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústria da Construção Pesada e Afins) querem que o prefeito Alcides Bernal (PP) desista da parceria com o Exército.
Obra - Foi apresentada, no dia 28 de dezembro, a proposta para recapeamento das avenidas Bandeirantes e Marechal Deodoro e ruas Brilhante e Guia Lopes. Com o termo de cooperação, o Exército entraria com o trabalho e a possibilidade de realizar a licitação do CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), a lama asfáltica, com preço mais competitivo. Na ocasião, foi dado prazo de 468 dias úteis para término da obra e, inclusive, os militares poderão trabalhar à noite.
O recapeamento nessas quatro vias estava previsto em licitações dos corredores de ônibus. No entanto, editais foram suspensos e processos licitatórios não foram concluídos. Em 2015, chegou a ser assinada ordem de serviço em trecho de 700 metros na rua Guia Lopes, entre a Afonso Pena e Brilhante. Durante o processo, teve licitação com apenas uma participante e outras duas foram sucessivamente adiadas para que o preço fosse recomposto e atraísse mais interessados.