Empresas freiam doações e candidatos priorizam reta final de campanha
Poucas doações, principalmente por parte de empresas, mudaram a cara da campanha eleitoral em 2014. Com poucos recursos, a estratégia é o voluntariado ou poupar o dinheiro para a reta final. Ontem, o governado André Puccinelli (PMDB) reclamou da falta de doadores. “Ninguém quer doar nada, miséria desgraçada”, disse sobre a corrida eleitoral.
Hoje, na Assembleia Legislativa, os deputados estaduais, que também são candidatos, fizeram coro à reclamação. “Estamos vivendo uma eleição diferente. Estamos em agosto e até o momento existe pouco envolvimento da sociedade civil, sem movimentação e ações nas ruas. Apesar de termos um sistema que autoriza doação e torna tudo transparente, as empresas que são doadoras viram alvos”, afirma o deputado Carlos Marun (PMDB), que tenta uma vaga na Câmara Federal.
Segundo o parlamentar, as empresas temem que a doação seja encarada como algo imoral. “Sempre são questionadas sobre o apoio a este ou aquele candidato”, diz Marun. Para ele, é preciso mudar a legislação e discutir o financiamento público das campanhas.
O deputado George Takimoto (PDT) avalia que o número baixo de doações é resultado de crise nacional. “Além do fato de que algumas empresas estão se resguardando neste processo eleitoral”.
A postura reticente do empresariado também é apontada pelo deputado Lauro Davi (Pros). “Estão hesitando em fazer doação neste início de campanha”, salientou. No entanto, ele afirma que as campanhas que dispõe de voluntários prosseguem igual a das outras eleições, sem mudança no planejamento.
Segundo o deputado Júnior Mochi (PMDB), o ritmo devagar reflete a contenção de gastos. “Os candidatos estão contendo gastos para a reta final da campanha”, disse. As eleições serão no dia 5 de outubro.