Julgamento de Pollon é adiado pela terceira vez, após deputado passar mal
Parlamentar tentou adiar o andamento do processo repetidas vezes antes do mal-estar na reunião
O julgamento do deputado federal Marcos Pollon (PL) foi adiado pela terceira vez na tarde desta quinta-feira (11), após o parlamentar passar mal durante a reunião. Ele pediu a suspensão das oitivas minutos antes, alegando que seu advogado havia deixado sua defesa enquanto a sessão ocorria. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados havia indeferido o pedido, mas, após o mal-estar, decidiu suspender os trabalhos.
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Pollon afirmou que estava com as mãos geladas, sentia-se indisposto e precisava se ausentar para buscar atendimento médico na própria Câmara. Segundo ele, a falta de sono desde o início das oitivas poderia ser comprovada pelas "lives" feitas durante a madrugada em suas redes sociais.
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O parlamentar foi atendido inicialmente pelos paramédicos da Casa e, em seguida, levado à sala médica. Momentos depois, o deputado Josenildo Abrantes (PDT-AP), que presidia a reunião, conversou com os advogados da Câmara e decidiu pelo terceiro adiamento do julgamento, agora previsto para esta sexta-feira (12), às 8h (horário de MS).
No entanto, como Pollon ainda estava em atendimento médico, existe a possibilidade de que as oitivas sejam suspensas até a próxima semana, pedido feito tanto por ele quanto por Marcel van Hattem (Novo-RS), que desde terça-feira (9) criticam o que consideram um ritmo acelerado do processo.
Antes de passar mal, Pollon solicitou a suspensão do julgamento porque seu então advogado, Ricardo Siqueira Martins, renunciou à defesa diante da comissão, afirmando que não tinha condições de fazer uma defesa técnica. A renúncia foi comunicada às 12h17 (horário de Brasília). Já o pedido de suspensão do deputado ocorreu às 16h, quando afirmou estar sem representação jurídica e pediu prazo para contratar um novo defensor.
O presidente da comissão naquele momento, deputado José Francisco Albuquerque (Republicanos-RR), negou a solicitação ao afirmar que os parlamentares podem, em qualquer fase do processo, constituir novo advogado ou atuar pessoalmente na própria defesa. O relator, Moses Rodrigues (União-CE), reforçou o indeferimento dizendo que, como a saída do advogado ocorreu por iniciativa própria, não caberia à comissão suspender as oitivas. “Está ficando muito claro que é procrastinação”, afirmou.
Pollon insistiu que ainda teria prazo até 12 de fevereiro para a conclusão do processo e reiterou a necessidade da suspensão. O pedido foi reforçado por Marcel van Hattem, que sugeriu que, caso o adiamento não fosse aceito, a Câmara designasse um servidor para assumir a defesa do deputado de Mato Grosso do Sul.
A mesa então solicitou um advogado para acompanhar Pollon. Mesmo assim, ele voltou a pedir mais tempo para que o novo defensor pudesse ler o processo e discutir a estratégia jurídica. Pollon e van Hattem passaram mais de 40 minutos solicitando a interrupção da sessão, enquanto o Conselho de Ética tentava retomar as oitivas. O deputado sul-mato-grossense afirmou que estava sendo perseguido até que passou mal e a reunião foi interrompida.
“Estou desde terça-feira sem dormir, por causa de uma condição neurológica específica. Eu tenho uma comorbidade e, por conta disso, estou tendo dificuldade de fala e de concatenação das ideias. Vou me ausentar neste momento”, disse Pollon durante a reunião.
O deputado federal responde por envolvimento no motim que bloqueou o plenário da Câmara em agosto deste ano. Ele e Marcel van Hattem sentaram na cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e também são investigados por isso. Na próxima semana, Pollon enfrenta outro julgamento, dessa vez relacionado ao discurso feito em Campo Grande, no qual xingou o presidente da Câmara.
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