ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 22º

Política

Justiça invalida votos e manda PSL trocar Trutis por Siqueira na eleição

Desta forma, o placar da convenção da Comissão Provisória Municipal do PSL foi de 3 a 2 para o vereador

Aline dos Santos | 27/09/2020 10:06
Loester Carlos e Vinicius Siqueira em tempos de amizade na pré-campanha eleitoral. (Foto: Reprodução/Facebook)
Loester Carlos e Vinicius Siqueira em tempos de amizade na pré-campanha eleitoral. (Foto: Reprodução/Facebook)

Decisão judicial registrada na madrugada desse domingo (dia 27) determina que o vereador Vinicius Siqueira seja o candidato a prefeito de Campo Grande pelo PSL. A sigla, que em 2018 surgiu com o mote da nova política, registra o cenário mais tortuoso da eleição para a prefeitura da Capital.

Na reta final das convenções, o deputado federal Loester Carlos (PSL), o Tio Trutis, assumiu a condição de candidato, deixando o vereador de escanteio. O inusitado é que o próprio Loester levou Siqueira para o PSL, com a promessa de candidatura a prefeito.

A decisão da juíza eleitoral Joseliza Alessandra Vanzela Turine, registrada à 1h05 de hoje, validou somente o voto de cinco participantes da convenção virtual do PSL, realizada em 13 de setembro. O placar ficou com três votos para Siqueira e dois para Loester Carlos.

A Comissão Provisória Municipal do PSL tem sete integrantes: presidente (Loester Carlos), vice-presidente (Danny Fabrício Cabral Gomes), secretário-geral (Paulo de Mattos Pinheiro), primeiro-secretário (Jovani Batista da Silva), tesoureiro-geral (Márcio Roberto Pereira de Souza), primeiro tesoureiro (Carlos Alberto Gomes de Souza, irmão de Trutis) e vogal (Rhiad Abdulahad).

Porém, de acordo com a decisão, não se pode confundir composição da comissão provisória com os membros dela que estão legitimados a votar. Segundo o estatuto do PSL, tem direito a voto na convenção municipal os membros titulares e os membros suplentes, estes quando convocados para suprir a falta dos titulares do diretório municipal ou da Comissão Provisória Municipal, os delegados de abrangência municipal e os representantes do partido na Câmara de Vereadores.

“Desta forma, não podem ser computados os votos do vice-presidente, do primeiro secretário e do primeiro tesoureiro, quando presentes os titulares, posto que sua legitimação para votar somente se dá quando substituem ausências dos titulares, motivo pelo qual seus votos não podem ser computados na Convenção realizada dia 13/09/2020, em que se fizeram presentes os titulares”.

Ou seja, a decisão descarta os votos do vice-presidente, do primeiro secretário e do primeiro tesoureiro, diante da presença dos titulares.  Em contrapartida, ficaram aptos a votar os ocupantes dos cargos de presidente, secretário, tesoureiro, vogal e representante da Câmara de Vereadores.

Com essa configuração, Loester teve dois votos: o seu e do tesoureiro-geral. Siqueira foi o escolhido de dois titulares da comissão provisória: secretário-geral e primeiro vogal. Mas a Justiça também validou o seu voto, lhe dando o placar de 3 a 2.

Na ação, Siqueira afirma que não conseguiu votar, enquanto a comissão aponta que o vereador, na condição de representante da Câmara, não quis expressar seu voto. O momento da votação, seguindo estatuto do partido, foi secreto. A reunião por aplicativo era fechada, mas Siqueira transmitiu por meio de rede social.

A Justiça Eleitoral considerou verdadeira a afirmação de Siqueira, de que a comissão se negou a colher seu voto, e o computou. Agora, o partido deve deliberar sobre a escolha do vice-prefeito.

“Conclui-se, portanto, que o pretenso candidato Loester obteve 2 (dois) votos válidos, referentes aos titulares (presidente e tesoureiro geral) e o pretenso candidato Vinícius obteve 2 (dois) votos de titulares (secretário geral e primeiro vogal), bem como o voto do representante da Câmara de Vereadores, atingindo a soma de 3 (votos), de forma que o requerente é o candidato mais votado pelos membros titulares da Comissão Provisória Municipal para concorrer ao cargo de Prefeito Municipal de Campo Grande pelo PSL”.

Repercussão - "A Justiça foi feita. A volta da nossa candidatura tira o sono dos políticos e empresários que vivem da exploração do dinheiro público. Agora cabe agora à população decidir se irá escolher o candidato que quer derrubar os esquemas ou o candidato que quer manter esta sujeira toda”, afirma Siqueira, que já divulga imagem com a inscrição “Vinicius Siqueira é o candidato a prefeito do PSL”.

O Campo Grande News não conseguiu contato com Loester Carlos, que, inclusive, já registrou a candidatura no TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral).

Nos siga no Google Notícias