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Política

Oficial cedido ganha 13 mil, mas não é visto no trabalho

Redação | 18/06/2009 11:06

Leonardo Varanda Coimbra recebe salário de R$ 13 mil por ser tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, mas há dois anos foi cedido para a Assembléia Legislativa, onde, oficialmente, se dedica a funções diversas, como atividade políticas internas, promoção de eventos sociais e festas, e à segurança do deputado Marquinhos Trad (PMDB).

Ontem, Leonardo Coimbra foi denunciado por ser dono da boate Tango. Ele nega, contudo o comandante da corporação, Ociel Ortiz Elias, abriu inquérito policial militar para apurar a denúncia. A legislação proíbe que os militares sejam proprietário de estabelecimentos comerciais, porque o funcionamento de clubes e boates depende de alvará fornecido pelo Corpo de Bombeiros.

No início deste mês, a coluna Jogo Aberto, do Campo Grande News, divulgou que Leonardo Coimbra, cedido para o gabinete de Marquinhos Trad, não é visto no trabalho.

Hoje, enquanto o deputado se mostrou irritado com a hipótese do oficial ser um "fantasma" em seu gabinete, servidores da Assembleia relatam que Leonardo Coimbra nunca é visto na sede do legislativo estadual.

A presença do tenente-coronel no gabinete do deputado nesta quinta-feira foi considerada um fato "extraordinário".

Conforme apurado pelo Campo Grande News, funcionários foram orientados a confirmar, caso questionados por telefone, que Leonardo trabalha no local. "Jamais permitiria que um funcionário assinasse a folha de ponto sem trabalhar", salienta o deputado.

Sequestro - As justificativas para um tenente-coronel ocupar a função de assessor parlamentar vai de festa a segurança. Leonardo Coimbra, que antes das 8h já estava no gabinete hoje, contou que cumpre expediente na Assembléia durante a manhã. Já o período da tarde é dedicado a atividades fora do gabinete.

Marquinhos enfatiza que selecionou o oficial para ser seu assessor parlamentar ao verificar uma lista de pessoas que foram cedidas à Assembleia pelo governo do Estado. "Escolhi os nomes com mais qualificação política, competência", sem justificar o que seria a tal "qualificação política".

Apesar disso, em eventos onde o deputado está, Leonardo não é visto. Nem vizinhos de gabinete reconhecem o tenente-coronel.

Conforme o deputado, o fato de já ter recebido diversas informações de que seria vítima de sequestro pesou na escolha pelo oficial do Corpo de Bombeiros.

Marquinhos criticou a divulgação do salário do tenente-coronel. "Ele iria receber esse salário estando ou não cedido".

Questionado se o oficial não poderia estar desempenhando uma função relacionada à segurança pública em vez de ser assessor parlamentar, Trad rebateu que a pergunta deve ser dirigida ao governador André Puccinelli (PMDB), pois ele autorizou a cedência.

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