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Política

Para moradores, apenas a regularização não resolve o problema das favelas

Segundo levantamento da CUFA, cerca de 20 mil famílias vivem hoje em áreas irregulares em Campo Grande

Por Fernanda Palheta e Mylena Fraiha | 14/11/2025 11:39
Para moradores, apenas a regularização não resolve o problema das favelas
Plenário da Câmara Municipal de Campo Grande lotada durante audiência pública para discutir regularização das favelas (Foto: Osmar Veiga)

Com as casas já regularizadas pela Prefeitura de Campo Grande, moradores das favelas e comunidades urbanas apontam que este é apenas o primeiro passo para garantir dignidade às famílias. Durante audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira (14), na Câmara Municipal, os moradores reivindicaram maior presença do poder público, além de acesso à saúde, educação, transporte e saneamento.

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Moradores de favelas e comunidades urbanas de Campo Grande apontam que a regularização das moradias é insuficiente para garantir dignidade às famílias. Em audiência pública na Câmara Municipal, eles reivindicaram melhorias no acesso à saúde, educação, transporte e saneamento básico. Segundo a Associação das Mulheres de Favelas de MS, cerca de 20 mil famílias vivem em 62 ocupações irregulares na capital, sendo 90% chefiadas por mulheres. Líderes comunitários relatam problemas como falta de unidades de saúde, escolas e infraestrutura urbana, mesmo em áreas já regularizadas.

Segundo levantamento da Associação das Mulheres de Favelas de Mato Grosso do Sul, cerca de 20 mil famílias vivem hoje em áreas irregulares em Campo Grande, espalhadas por 62 ocupações urbanas. Desse total, 90% das famílias são chefiadas por mulheres, muitas delas mães solo. O balanço inclui oito aldeias urbanas e comunidades em regiões como Lagoa e Anhanduizinho.

A líder da Homex, Alexsandra de Lima Coelho, conta que a área já está regularizada, mas os problemas continuam. Hoje, os moradores enfrentam dificuldade para ter acesso à saúde e à educação. Segundo ela, não há unidades de saúde na região e as famílias precisam ir para outros bairros para ter atendimento.

Para moradores, apenas a regularização não resolve o problema das favelas
Líder da Homex, Alexsandra de Lima Coelho, participou da audiência pública (Foto: Osmar Veiga)

‘Nossa ocupação superlota os postos e não temos atendimento de odontologia’, relata. Outro problema é o acesso à educação. Segundo ela, não há escolas com oferta de vagas no ensino médio suficiente para atender à demanda. ‘A regularização da ocupação resolve uma parte, mas não tudo’, completou.

O cacique Josivaldo Delfino, da comunidade Inamaty Kaxé (Novo Dia), localizada no bairro Santa Mônica, também relata que a região está regularizada há anos. "Ainda é muito precária. As estradas são de chão e, quando chove, a gente sofre muito com os buracos. Aqui há trabalhadores e acadêmicos que estudam, mas, quando chove, não dá para passar e o transporte fica longe da comunidade", detalha.

A solução encontrada pela comunidade é fechar os buracos com o que tem disponível. "A gente não tem condição de comprar terra para aterrar, mas muitas vezes o que salvou foi colocar entulho."

Para moradores, apenas a regularização não resolve o problema das favelas
Cacique da comunidade Inamaty Kaxé, Josivaldo Delfino, relatou os problemas enfrentados pelas comunidades (Foto: Osmar Veiga)

Delfino ainda aponta a necessidade de uma escola com educação indígena e um centro comunitário na região. "As pessoas sempre lembram Marçal de Souza, mas a gente tem muitas comunidades indígenas que estão à margem", completou.

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