ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 24º

Política

Para vereadores, é precipitado falar em “pá de cal” no mandato de Bernal

Aline dos Santos | 27/07/2013 15:53

A possibilidade de botar “pá de cal” no mandato do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), não é consenso no Legislativo municipal. Ontem, o vereador Paulo Siufi (PMDB) declarou ao Campo Grande News que há elementos suficientes para a cassação. O parlamentar preside a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote, que investiga os contratos da Prefeitura e por que empresas não foram pagas.

Para os vereadores Edil Albuquerque (PMDB), Eduardo Romero (PTdoB) e Luiza Ribeiro (PPS) é prematuro se falar em processo para perda do cargo. “Não, não concordo a princípio. Tem que ter argumentações embasadas, muito bem colocadas. Não sou favorável a esse negócio de cassação”, afirma Edil Albuquerque (PMDB).

No quarto mandato, ele avalia que a Câmara vive momentos diferenciados. “Nunca vi CPI na minha vida. Agora, são duas”, afirma Edil, que não participa da CPI do Calote nem da Saúde. Para o vereador, a Câmara e o prefeito vivem uma disputa de ego, que afeta diretamente a população da cidade.

Ele lembra que no primeiro semestre somente os projetos do empréstimo tiveram relevância. O peemedebista, aliás, orquestrou a aprovação das propostas num Legislativo onde o prefeito enfrenta a oposição da maioria dos vereadores. “Não estou na idade de ser conduzido. Conduzi os meus colegas”, relata.

Eleita na coligação que apoiou Bernal, Luiza Ribeiro vê a declaração de Siufi como uma amostra de que o PMDB não superou a derrota eleitoral de 2012. “Já passou do limite, virou deboche”, afirma. Ela rebate que Siufi foi presidente da Câmara na gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e em nenhum momento cogitou processo de perda de mandato por denúncias feitas ao MPE (Ministério Público Estadual), MPF (Ministério Público Federal) e PF (Polícia Federal).

“O PMDB teve sua oportunidade, mas tem que ter a sabedoria de entender a escolha popular. Deveria enterrar com pá de cal essa posição autoritária”, afirma a vereadora, que comandou a Funsat (Fundação Social do Trabalho) na gestão de Trad.

A parlamentar não descarta que a força da oposição leve a um pedido de cassação. “Pode até ser, mas, então, ‘bora’ para o debate”, convida.

Eduardo Romero avalia que ainda é cedo para opinar sobre eventual pedido de cassação. Como não participa de nenhuma das CPIs, ele diz que é preciso conhecer a fundo as informações já em poder das comissões.

Contudo, ressalta que os vereadores precisam cumprir a lei, sob pena de ser punidos por omissão. O procedimento para cassação é a comissão processante, formada a partir do sorteio de três vereadores.

No processo, é preciso oferecer pelo menos duas horas para que o prefeito de defenda. Depois, o a votação em plenário é aberta. “O processo de cassação não é tão simples”, salienta Romero. A CPI do Calote deve concluir os trabalhos no começo de setembro.

Nos siga no Google Notícias