Possibilidade de novas eleições ganha força em Dourados
A possibilidade de haver novas eleições em Dourados é concreta e volta a ganhar força no município, caso o prefeito afastado, Ari Artuzi, seja realmente cassado, como prevêem os analistas políticos.
Artuzi pode acabar cassado pela Câmara de Vereadores de Dourados, que montou comissão processante para avaliar a questão.
A previsão é que o plenário vote o pedido de impeachment até a primeira quinzena de dezembro, caso o parecer do relator Idenor Machado (DEM) seja mesmo pela cassação.
A comissão processante que investiga os indícios de corrupção envolvendo o então chefe do Executivo notificou Artuzi nesta manhã, no presídio federal da Capital. Ele tem 10 dias para apresentar sua defesa.
O presidente da comissão processante, vereador Laudir Munaretto (PMDB), disse ao Campo Grande News que a possibilidade de novas eleições não está descartada, desde que o processo de cassação seja concluído até o fim de novembro.
"Se ele resolver não apresentar defesa, por exemplo, o processo correrá super rápido. Mas queremos dar toda a chance de defesa ao prefeito afastado", comentou o parlamentar, ao deixar o presídio federal.
Ele não conseguiu falar pessoalmente com Artuzi, como esperava, já que o prefeito afastado, por ordens da direção do presídio, terá de ficar isolado por 20 dias.
Consultado pela reportagem, o juiz eleitoral Alexandre Borges também acredita que a possibilidade de novas eleições é "concretíssima". Para ele, esta seria, inclusive, uma forma de dar uma resposta ao clamor da sociedade douradense.
"Esse fato todo comoveu a sociedade de Dourados, e a nova eleição pode ser vista até como um remédio, pois tiraria de cena toda a linha sucessória envolvida nas denúncias de corrupção", comentou.
O juiz lembrou que ainda restam dois anos para terminar o mandato, o que também reforça a possibilidade de novas eleições.
Entretanto, outras medidas não estão descartadas, como a possibilidade do presidente da Câmara assumir o comando do Executivo.
A prefeitura está sob a responsabilidade da presidente da Câmara, Délia Razuk (PMDB), de forma interina. Na segunda quinzena de dezembro, porém, haverá nova eleição para a Mesa Diretora da Casa.
Se Artuzi for cassado antes desta eleição da Mesa, e a Justiça Eleitoral entender que a prefeitura deve ficar sob a responsabilidade do presidente da Câmara, Délia pode ser efetivada no cargo.
No caso da cassação ocorrer após esta eleição, o novo presidente assume. Porém, é esperado que Délia conteste a decisão.
Outra possibilidade é a eleição indireta, quando a Câmara escolhe o novo prefeito da cidade, dentre os próprios parlamentares. O caso, segundo Alexandre Bastos, vai ser decidido pela Justiça Eleitoral.
O caso