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Política

Pré-candidatos apontam metas para alavancar turismo com Rota Bioceânica

Além de commodities, corredor rodoviário abre caminho para integração com a América do Sul

Aline dos Santos | 16/06/2022 12:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
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Corredor rodoviário, a Rota Bioceânica deve ser concluída em três anos e expandir a integração do Estado com países da América do Sul. Dono de 1.517 quilômetros de fronteira com Paraguai e Bolívia, Mato Grosso do Sul será o nascedouro de uma via de 2.396 quilômetros que vai chegar aos portos do Chile.

No aspecto econômico, a rota vai encurtar as exportações para a Ásia: soja, celulose, carnes, minério de ferro. Contudo, além de commodities, o corredor rodoviário abre caminho para o turismo.

Conforme o estudo “Apontamentos sobre o Corredor Bioceânico Brasil-Norte do Chile: Economia, Logística, Direito, História e Turismo”, diagnóstico elaborado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Porto Murtinho, na fronteira com Carmelo Peralta (Paraguai), recebe apenas 6% do fluxo total de visitantes que procuram o Estado para a pesca. Na localidade, outro segmento com grande potencial é a observação de aves (birdwatching)

Entretanto, o município fronteiriço, portal da Rota Bioceânica, apresenta limitações em áreas essenciais: reduzido número de meios de hospedagem, baixa disposição de leitos, baixo número de restaurantes e espaço para eventos. Não há sistema de transporte urbano e a oferta de aplicativos de locomoção é ocasional.

Do orçamento de R$ 18,4 bilhões em 2022, Mato Grosso do Sul destinou R$ 13,1 milhões para a Fundação de Turismo. O montante resulta de R$ 8,2 milhões de recursos do tesouro estadual, R$ 3,9 milhões de convênio com o Ministério do Turismo, além de R$ 980 mil arrecadados com serviços recreativos, convênios e arrendamentos.

De acordo com a Fundação de Turismo, Mato Grosso do Sul recebeu aproximadamente 850 mil turistas em 2021.

O Campo Grande News questionou os pré-candidatos sobre as medidas que serão adotadas para incentivo ao Turismo em Mato Grosso do Sul e para dotar Porto Murtinho, portal da Rota Bioceânica, de infraestrutura para atender aos visitantes.

Marquinhos Trad (PSD)

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A Rota Bioceânica, associada à Rota de Integração Latino Americana (RILA), é um projeto que tem a capacidade de elevar exponencialmente a importância do nosso estado no cenário nacional e até mesmo internacional, com uma maior interação do estado com os países envolvidos: o Paraguai, a Argentina e o Chile.

O Estado precisa se preparar em todos os sentidos para que não sejamos apenas um corredor de passagem, mas para que as transformações econômicas de um projeto grandioso como este sejam positivas para o Mato Grosso do Sul. O turismo é uma atividade que tem tudo para ter um expressivo desenvolvimento, criando oportunidades.

Com a construção da ponte ligando Porto Murtinho a Carmelo Peralta no Paraguai, haverá um acréscimo ainda incalculável na demanda por serviços, não só em Porto Murtinho, mas em todas as cidades que estão na rota, como Jardim, Guia Lopes e Nioaque. O Estado deve ser um facilitador para que empresas do setor turístico como hotéis, restaurantes e centros de convenções se instalem nestas cidades.

Haverá a necessidade de qualificação da mão de obra local voltada para esses serviços, como o ensino de línguas, por exemplo. Vamos trabalhar políticas fiscais que atraiam empresários para Porto Murtinho, que já tem o turismo de pesca, mas que tem possibilidade de atrair pessoas com variados interesses e também para as outras cidades da Rota.

André Puccinelli (MDB)

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A exploração comercial do turismo é uma atividade privada, mas cabe ao estado liderar iniciativas que criem as condições necessárias para o crescimento do setor. Turismo gera muitos empregos, é a indústria sem chaminés.

O papel da administração pública é estimular convênios entre o setor e as secretarias de turismo dos municípios, com a criação dos Centros de Atendimento aos Turistas (CATs) e com a implantação de cursos de qualificação profissional em inglês, espanhol e português.

Em Porto Murtinho, assim como em outros municípios, o importante é oferecer aos gestores locais informações e cursos de aprimoramento para que vejam as enormes vantagens econômicas que o turismo pode oferecer para o desenvolvimento, o progresso e os empregos na cidade. A chegada da Rota Bioceânica pode e deve ser o momento ideal para que esta discussão ganhe relevância.

Rose Modesto (União Brasil)

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A rota bioceânica pode transformar nosso estado num grande entroncamento logístico, por conta da posição estratégica entre os mercados do Brasil, da Ásia e das Américas do Sul e do Norte. Porém, o governo estadual precisa se antecipar e ordenar o crescimento que virá com o aumento do fluxo de veículos e turistas nas cidades ao longo da rota, e trabalhar para minimizar os impactos sociais, ambientais, entre outros.

Por definição, turista é quem viaja, por mais de 24 horas, para destino distante de sua casa, não apenas nas férias. Logo, os milhares de caminhoneiros que poderão trafegar pela rota, assim que ativada, serão clientes imediatos para o setor turístico.

Por isso, vamos criar políticas de incentivos para ampliar o número de empresas - hotéis, bares, restaurantes, postos de gasolina, que atendam esses turistas e outros que virão, atraídos pelas belezas do MS. Só que o desenvolvimento pleno do turismo depende de infraestrutura, capacitação e divulgação.

Em Porto Murtinho e demais cidades da rota, os investimentos nesse tripé serão simultâneos: capacitação de mão de obra local; melhorias na infraestrutura para suportar o fluxo de veículos e pessoas, como vias, segurança, esgoto, e divulgação de roteiros que contemplem atrativos de todo o estado.

Para viabilizar essas ações, contaremos com recursos do tesouro estadual, apoio da bancada federal, parcerias com prefeituras, com o governo federal e com a iniciativa privada - nacional e internacional. Vamos rever, também, o orçamento da Fundtur e oferecer qualificação e orientação aos técnicos das prefeituras para elaboração de projetos de captação de recursos. Esse é o MS que faremos, próspero e justo para todos.

Capitão Contar (PRTB)

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Nosso Estado tem diversas regiões que, além de possuírem grande potencial turístico, são rotas de escoamento de produção. É o caso, por exemplo, de Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, rico em história, cultura e com diversidade de turismo, de passeio, aventura e, agora, também portal da Rota Bioceânica.

O corredor bioceânico será de extrema importância para o crescimento comercial e econômico de todo o Brasil, especialmente para Mato Grosso do Sul. Porém, a perspectiva de instalação de novos empreendimentos nos municípios depende de políticas de atração de novas empresas e da decisão de empresários, que enxergam o corredor como oportunidade para expandir suas atividades.

Olhar com responsabilidade e cuidado para Porto Murtinho é de extrema importância para possibilitar que não se torne apenas um local de passagem, mas que as pessoas realmente queiram ficar e explorar tudo o que temos para oferecer.

Precisamos investir no desenvolvimento de Porto Murtinho e toda a região, despertando o crescimento de todas as áreas, tanto no quesito infraestrutura, como também em saúde, segurança, educação. Qualificar os trabalhadores e a comunidade local para priorizar a boa prestação de serviços, inclusive através do incentivo ao turismo de base comunitária.

Se almejamos o desenvolvimento, temos que estar preparados para isso, envolvendo nas discussões e projetos também a população local, que serão diretamente impactadas, e por isso têm total direito de participar de toda a construção.

Giselle Marques (PT)

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A vocação de Mato Grosso do Sul é turística. É inadmissível uma destinação tão ínfima do orçamento estadual para o setor. Pretendo aumentar os investimentos nessa área, priorizando políticas de turismo de base local, valorizando a cultura indígena.

Pretendo criar circuitos turísticos que aproveitem o potencial dos rios do nosso estado, suas águas cristalinas, serras, vegetação exuberante, e, em especial, um bioma único no mundo: o Pantanal. Temos no MS uma riqueza enorme: comunidades quilombolas e aldeias indígenas. Amo essas pessoas, admiro sua luta, sua história e suas raízes.

Vistos pela política tradicional como “problemas”, abandonados pelo poder público, sem acesso aos serviços básicos como educação e saúde, serão prioridade no meu governo. Vou priorizar o investimento nessas comunidades, criando parcerias, organizando passeios guiados e visitas aos atrativos, ressignificando a concepção tradicional do meio rural, mas respeitando sempre os sentimentos dos residentes locais, sua produção artesanal, seus costumes e vivências.

Pretendo articular com o presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de votos, a infraestrutura necessária para a construção de aeroportos e a duplicação de rodovias. Quanto à Rota Bioceânica, é um projeto que nasceu no governo do PT, quando governamos o MS.

Para que tenha sucesso, pretendo convocar um grande debate sobre os impactos ambientais e culturais dessa empreitada, priorizando a inserção das pessoas mais humildes no acesso à geração de renda, contemplando aspectos ligados ao potencial etnoturístico do Sudoeste de MS, como é o caso do artesanato indígena e da gastronomia local, enriquecidos pela contribuição dos países fronteiriços.

Eduardo Riedel (PSDB)

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Estamos ouvindo as demandas prioritárias dos (as) sul-mato-grossenses, que vão servir de base para a construção do plano de governo ousado, mas realista, que será apresentado à sociedade no momento oportuno.

Há um longo caminho a percorrer e avançar, para dotar Porto Murtinho das condições necessárias para ser o portal desse hub estratégico de logística na América do Sul. Todavia, vale destacar que fizemos um esforço gigantesco para que a ponte sobre o Rio Paraguai que vai ligar Murtinho a Carmelo Peralta, no Paraguai, saísse do papel.

Tivemos um olhar especial para essa hidrovia, potencializando esse modal com a criação do Programa de Estímulo às Exportações e Importações, que deu resultados excepcionais batendo recorde de exportação de soja por meio de Porto Murtinho. Há ainda investimentos no macroanel do município, acesso logístico importante, e uma série de obras que mudaram a realidade da cidade.

Não temos dúvidas que iremos implementar ações que irão aumentar, exponencialmente, o número de turistas na região e em todo Estado. Já temos um longo trabalho prestado ao Estado e à região pantaneira e de fronteira, e as perspectivas que se abrem com a Rota atrairão olhares do mundo que a observa como um novo Canal do Panamá, e Mato Grosso do Sul colherá frutos desenvolvimentistas desta iniciativa.

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