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Política

Presidente da Câmara diz que paciência acabou e pede maturidade a Bernal

Thiago de Souza e Antônio Marques | 03/03/2016 14:27
Presidente e vereadores criticaram Bernal em discurso no plenário. (Foto: Antônio Marques)
Presidente e vereadores criticaram Bernal em discurso no plenário. (Foto: Antônio Marques)
Vereadores elogiaram postura de João Rocha que criticou Alcides Bernal. (Foto: Antônio Marques)
Vereadores elogiaram postura de João Rocha que criticou Alcides Bernal. (Foto: Antônio Marques)

Insinuações atribuídas ao prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), de que estaria sofrendo um novo golpe promovido por alguns vereadores, esgotou a paciência do presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha (PSDB), que, pela primeira vez após presidir a Casa de Leis, ocupou a tribuna e teceu duras críticas ao prefeito, entre outras coisas, o chamando de incompetente, infantil e alucinado.

Segundo o peesedebista, após o Tribunal de Justiça dar liminar favorável a permanência de Bernal na prefeitura, o prefeito inventou mais uma acusação de que estaria sofrendo um novo golpe, envolvendo o próprio João Rocha, o vereador Mário César e o prefeito afastado, Gilmar Olarte (PP). “Parece até coisa de filme: Rock I, Rock II e Rock III”, ironizou.

Rocha garantiu que a decisão do TJ/MS foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, pois Bernal alegava que seu afastamento estava sendo articulado para que ele assumisse o cargo em seguida.

O discurso vitimista do prefeito, segundo Rocha, seria para encobrir sua incompetência administrativa. “É necessário maturidade para administrar nossa cidade, essa história de golpe é pior do que zika, dengue e chikungunya”, comparou.

O presidente da Câmara, tido como paciente entre os colegas, levantou o tom de voz durante o discurso, e em alguns momentos chegou a gritar.

Em seu discurso, Rocha fez duras críticas a administração do pepista, dizendo que a cidade teve de devolver recursos por falta de competência na execução dos projetos. “Tem projetos que não pede nem contrapartida, mas a prefeitura não está nem executando e corre risco de perder os recursos”, criticou. Disse também não saber se os secretários não tem capacidade técnica para elaborar projetos ou se o prefeito não os deixa trabalhar.

“Nossa cidade está abandonada, está à míngua. Porque o objetivo é instituir uma ditadura Municipal. Passar por cima de todos os poderes”, falou João rocha.

Relacionamento

João Rocha disse que a Casa de Leis fez todas as tentativas para manter um bom relacionamento com o executivo, mas que agora “a paciência acabou”. “Aprovamos os projetos do executivo sem nenhum voto contra, devolvemos o duodécio e convidamos Bernal para a abertura do ano legislativo aqui na Câmara. Mas parece que tudo isso não ajudou em nada, ele continua achando que queremos fazer um golpe”, reclamou.

Sobre o que o prefeito chamou de golpe, João Rocha justificou a posição adotada pelo legislativo na época do processo de impeachment. “Quando a Câmara optou pela cassação 'desse cidadão' que está no cargo por uma liminar cujo o mérito ainda não foi julgado, fez tudo seguindo a legislação. Tudo dentro da lei”.

Durante o discurso do presidente da Câmara Municipal, na sessão desta quinta-feira (3), vários vereadores fizeram aparte e cumprimentaram João Rocha pelo posicionamento adotado.

Agora, segundo Rocha, o prefeito terá de procurar o legislativo para reatar a harmonia entre os poderes. “Ele vai ter que vestir a roupa da humildade para conversar com os veradores e receber o mesmo tratamento que estava recebendo até agora”, avisou.

Segundo o peesedebista, a postura adotada pela Câmara foi a única maneira de dar “um basta”, às insinuações do prefeito ao poder legislativo. “O que é certo é certo, e o que é errado, é errado. Quando temos um problema de saúde, o remédio tem de ser dado na dose certa, e quando a doença é ruim, o remedio é amargo”, ponderou.

O chefe do legislativo finalizou dizendo que a população não aguenta mais a administração de Alcides Bernal e que a “resposta será dada nas urnas”.

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