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Política

Salute e Megaserv “debocham” de vereadores e não comparecem na CPI

Edivaldo Bitencourt e Lidiane Kober | 08/08/2013 15:00
Vereadores recebem justificativa de ausência e se revoltam com "motivos" (Foto: Marcos Ermínio)
Vereadores recebem justificativa de ausência e se revoltam com "motivos" (Foto: Marcos Ermínio)

Os representantes das duas empresas contempladas com contratos emergenciais da Prefeitura de Campo Grande, Salute Distribudora de Alimentos e Megaserv, não compareceram para prestar depoimento, na tarde desta quinta-feira (8), na CPI do Calote da Câmara Municipal. Na justificativa, os empresários “debocharam” dos vereadores para justificar a ausência.

Os mais ousados foram os donos da Salute, Érico Chezini Barreto e Aldoir Luís Czizeski, microempresa criada em 1º de abril deste ano com capital social de R$ 50 mil e contemplada com um contrato emergencial no valor de R$ 4,3 milhões. Eles alegaram que não estão com nenhum crédito pendente na Prefeitura e nem tinham conhecimento de outra empresa com pendência financeira.

Como não tinham nenhum tostão a receber do prefeito Alcides Bernal (PP), eles não viram motivo para atender a convocação da CPI do Calote. “Temos certeza de que houve um equívoco”, justificaram os empresários.

A resposta, que chegou às 12h05 de hoje, assustou o presidente da CPI. “Para minha surpresa quase tive uma congestão, estava almoçando às 12h05, quando recebi a justificativa da empresa”, alegou Paulo Siufi (PMDB).

O presidente da Megaserv, Marcos Marini, adotou uma justificativa diferente, mas que espantou até o líder do prefeito no legislativo, Marcos Alex (PT). Ele disse que só pode comparecer à CPI do Calote no fim deste mês, quando termina o tratamento de saúde. “Engraçado que a doença tem prazo para acabar”, ironizou Alex, que sempre defendeu as transações feitas por Bernal, incluindo-se os contratos emergenciais.

Marini, que firmou outro contrato milionário e vem recebendo em dia do prefeito Alcides Bernal, também não se preocupou em apresentar justificativas da falta. Ele nem ao menos especificou de qual doença sofre ou encaminhou um atestado médico.

“Parece que a doença tem tempo para acabar”, afirmou o relator da CPI do Calote, vereador Elizeu Dionísio (PSL).
Nem fantasma – O “calote” das empresas revoltou os parlamentares. Siufi disse que a Salute foi convocada porque funciona em uma sede sem ninguém. “Fomos três vezes na sede, não tinha uma viva alma, nem fantasma estava na sede da Salute”, afirmou o presidente da CPI.

Dionísio chegou a defender uma nova CPI só para investigar a Salute ou os contratos emergenciais. Apesar da CPI ter poder para convocar quem quiser, o parlamentar “caiu” na sugestão da Salute de que não tinha motivos para investigar a empresa. “Vamos criar uma outra CPI para acabar com a celeuma”, propôs Dionísio.

Após muita polêmica e da ameaça de convocar o prefeito ontem, os membros da CPI do Calote acabaram acatando as justificativas, apesar da falta de fundamentos técnicos.

Eles aprovaram nova convocação da Salute para a próxima segunda-feira, às 14h. Alex até se propôs a convencer o prefeito a mandar as empresas prestarem contas dos contratos firmados com a prefeitura.

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