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Política

Senado têm prazo para indicar membros da CPI do Crime Organizado

Comissão terá a missão de investigar a atuação, a expansão e o funcionamento de facções criminosas

Por Silvia Frias | 21/09/2025 16:25
Senado têm prazo para indicar membros da CPI do Crime Organizado
Equipe da Receita Federal em prédio na Faria Lima, em SP, durante Operação Carbono Oculto (Foto/Divulgação/PF)

As lideranças partidárias no Senado têm prazo para indicar os membros que irão compor a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do crime organizado, já autorizada a funcionar por 120 dias. O requerimento de criação foi lido em plenário e, agora, cabe aos líderes definir os nomes dos parlamentares que terão a missão de investigar a atuação, a expansão e o funcionamento de facções e milícias no país.

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Senadores têm prazo para indicar membros da CPI do Crime Organizado. A comissão, com duração de 120 dias, investigará atuação, expansão e funcionamento de facções e milícias no país. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento, destacou a disputa territorial entre PCC e Comando Vermelho. A CPI investigará também a lavagem de dinheiro por organizações criminosas, como a revelada pela Polícia Federal, envolvendo investimentos do PCC em postos de combustíveis, imóveis e fundos. Senadores como Sérgio Moro (União-PR) defendem leis mais rígidas para bancos digitais e fintechs, consideradas vulneráveis a operações de lavagem de dinheiro. A expansão das facções em Mato Grosso do Sul, devido à sua localização estratégica no tráfico internacional, também será alvo da comissão.

De iniciativa do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), ex-delegado de polícia, a comissão deverá se debruçar sobre o modus operandi desses grupos e sobre como se estruturam em diferentes regiões do Brasil. Vieira citou que o PCC (Primeiro Comando da Capital), originário de São Paulo, e o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, disputam territórios e mercados na venda ilegal de drogas e armas. O senador Humberto Costa (PT-PE) lembrou que várias cidades do Nordeste já sofrem com a presença dessas organizações criminosas e com o aumento da violência.

Em Mato Grosso do Sul, facções criminosas também se expandiram nas últimas décadas, aproveitando a posição estratégica do Estado como corredor do tráfico internacional de drogas e armas vindos do Paraguai e da Bolívia. Organizações como o PCC se consolidaram dentro e fora dos presídios sul-mato-grossenses, disputando rotas e impondo controle em áreas urbanas e rurais. Relatórios da segurança pública indicam que o crescimento da violência letal na fronteira está diretamente relacionado ao fortalecimento desses grupos, que se beneficiam do contrabando e da fragilidade do policiamento na região.

Outros senadores destacaram a necessidade de aprofundar frentes específicas. Sérgio Moro (União-PR) afirmou que a CPI deve investigar a lavagem de dinheiro, citando como exemplo a revelação da Polícia Federal de que o PCC investiu recursos ilícitos em postos de combustíveis, imóveis de alto valor e até fundos de investimento avaliados em mais de R$ 30 bilhões.

Para ele, as leis atuais não conseguem impedir que o crime organizado continue lucrando. Moro defendeu a criação de regras mais rígidas para bancos digitais e fintechs, que hoje seriam vulneráveis a esse tipo de operação.

Postos de combustíveis - A Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Receita Federal em 28 de agosto de 2025, investigou um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis que atuaria em diversos estados, entre eles MS. Cerca de mil postos de combustíveis ligados ao grupo movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.

A investigação apurou que importadoras usavam empresas interpostas para trazer nafta, hidrocarbonetos e diesel, enquanto formuladoras e distribuidoras bem como postos contestados operavam com sonegação fiscal e adulteração de combustíveis.

Além disso, o esquema fazia uso de fintechs como “bancos paralelos” para ocultar patrimônio, interligar transações em espécie, maquiar operações financeiras e blindar recursos ilícitos em fundos de investimento. Em MS (Mato Grosso do Sul) e nos demais estados-alvo, mandados de busca e apreensão foram cumpridos e bens no valor de mais de R$ 1 bilhão foram bloqueados pela PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) para garantir crédito tributário. (Com informações da Agência Senado)

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