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Política

Título de cidadão sul-mato-grossense gera polêmica na Assembleia

Leonardo Rocha | 04/11/2014 13:53
Deputados e produtores criticaram entrega de titulo ao secretário nacional, Paulo Maldos (Foto: Roberto  Higa/ ALMS)
Deputados e produtores criticaram entrega de titulo ao secretário nacional, Paulo Maldos (Foto: Roberto Higa/ ALMS)

O título de cidadão Sul-Mato-Grossense que foi entregue ontem (03), na Assembleia Legislativa, gerou polêmica entre os deputados e com representantes dos produtores rurais. O impasse foi em relação a indicação do nome do secretário Nacional de Articulação Social da Presidência da República, Paulo Roberto Martins Maldos, que segundo os ruralistas não contribuiu em nada para o Estado.

A primeira polêmica aconteceu justamente no evento, quando na hora de anunciar o título para Paulo Maldos, houve manifestação contra no local. A questão foi retomada pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), que enviou uma nota para Assembleia, criticando a homenagem ao secretário.

A justificativa é que Paulo Maldos não contribuiu em nada com o processo de demarcação de terras no Estado, inclusive a sua visita ao interior, foi vista pelos produtores rurais como ineficiente, já que além de não propor solução ao conflito, ainda ficou junto com a Força Nacional, sem nenhuma ação efetiva.

O deputado Zé Teixeira (DEM) foi a tribuna, na sessão de hoje (04), criticar a concessão desta homenagem ao secretário. "Não fez nada para Mato Grosso do Sul, foi a Iguatemi acompanhado pela Força Nacional, com autoritarismo, não resolveu nada, não merecia este título".

O deputado Pedro Kemp (PT), que foi um dos que indicaram o nome de Maldos, ponderou que em 13 anos na Casa de Leis, só havia entregue três títulos desta natureza, já que não acha "salutar", o legislativo realizar estas concessões, que muitas vezes, segundo ele,  serve apenas para "agradar os colegas".

"Vou pensar três vezes antes de assinar indicação neste sentido, pois depois as pessoas podem nos cobrar pelo comportamento daqueles que foram agraciados", observou. Kemp ainda justificou que a indicação do nome foi pelo fato deste ter iniciado as negociações, para o término dos conflitos indígenas no Estado.

Consideração - Já o deputado Jerson Domingos (PMDB), presidente da Assembleia, que também fez a indicação do nome do secretário, rebateu as críticas e acrescentou que falta consideração e reconhecimento por parte dos produtores (rurais), dos trabalhos e ações do legislativo na defesa do segmento.

"Talvez esta Casa não tenha este reconhecimento do setor produtivo, quando já ajudamos muito a classe, lembro de invasões, em que fui pessoalmente ao local para apoiar o fazendeiro, assim como participamos de reuniões em Brasília, onde até levantei a voz em defesa dos produtores", disse Jerson.

Ele lembrou que em uma reunião, que teve a presença do ministro da Justiça, Tarso Genro, reclamou do descaso da União com o Estado, em relação aos conflitos indígenas e bateu na mesa em defesa dos produtores. "Disse que qualquer sangue derramado seria uma omissão do governo federal".

O deputado reconheceu que talvez o título não "fosse merecido", mas que a Famasul desconsiderou o histórico de ações e apoio da Casa de Leis aos produtores rurais. "O secretário (Paulo Maldos) se propôs a ajudar, mas não ajudou, porém não é motivo para criticarem esta Casa", disse ele.

Além de Paulo Maldos, foram agraciados com o título de cidadão Sul-Mato-Grossense, o ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho), João Oreste Dalazen, além do engenheiro elétrico Edmir José Bosso, que mora no Estado há 38 anos.

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