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Política

Três deputados de MS assinam pedido para instalar a CPI da "Vaza Jato”

Pedido da oposição ao Governo Bolsonaro visa a apurar “suposta articulação” entre força-tarefa da Lava-Jato e o então juiz Moro

Humberto Marques | 13/09/2019 15:41
Pedido da oposição foi protocolado na quinta-feira na Câmara e aguarda leitura para instalação de CPI. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
Pedido da oposição foi protocolado na quinta-feira na Câmara e aguarda leitura para instalação de CPI. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Articulada pela oposição ao governo de Jair Bolsonaro, a proposição da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da "Vaza Jato" obteve o número de assinaturas necessário para ser instalada pela Câmara dos Deputados. Dos oito deputados federais do Estado, três apoiaram a iniciativa: Dagoberto Nogueira (PDT), Vander Loubet (PT) e Fábio Trad (PSD). A ideia é apurar o vazamento de informações durante a operação Lava Jato.

Os nomes dos deputados constam na conferência de assinaturas apoiando a abertura da investigação que, em sua proposição, visa a apurar “a violação dos princípios constitucionais e do Estado Democrático de Direito, em razão da suposta articulação entre os membros da Procuradoria da República no Paraná e o então Juiz Sergio Moro da 13ª Vara Federal de Curitiba, tornada pública pelo site The Intercept no mês de junho do corrente ano”.

O The Intercept, em parceria com outros veículos, vem divulgando reportagens apontando direcionamento nas investigações da Operação Lava-Jato, que indicam interferência no trabalho dos procuradores federais pelo juiz Moro, que era responsável por analisar os pedidos do MPF e julgar as denúncias que apontaram um grande esquema de corrupção instalado nas gestões federais petistas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está entre os presos em virtude de fatos levantados durante a Lava Jato.

As matérias são baseadas em mensagens de procuradores e do próprio Moro trocadas no aplicativo Telegram –a origem do material, que teria sido hackeado de celulares e computadores, vem sendo questionada pela força-tarefa da Lava-Jato, embora participantes das conversas tenham apontado a veracidade das conversas.

O pedido para instalação da CPI foi apresentado na quinta-feira (12) e, em poucas horas, angariou o número mínimo de assinaturas para ser instalada. Foram 175 validadas no total.

O pedido para instalação da investigação partiu da líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PC do B-RJ), e recebeu o apoio de Alessandro Molon (PSB-RJ), André Figueiredo (PDT-CE), Orlando Silva (PC do B-SP), Daniel Almeida (PC do B-BA), Paulo Pimenta (PT-RS), Ivan Valente (Psol-SP) e Tadeu Alencar (PSB-PE), que também assinaram o pedido.

No pedido, eles argumentam que as reportagens do The Intercept “levantam suspeitas de que o atual ministro da Justiça e membros do Ministério Público agiram com parcialidade, objetivo pré-estabelecido e motivação política na investigação de processos em Curitiba”, atentando contra princípios constitucionais.

Para sair do papel, a CPI ainda precisa ter seu pedido lido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes partidários devem indicar representantes para garantir sua instalação. A expectativa é a base aliada ao Governo Bolsonaro e a Moro tentem barrar a instalação do colegiado. Depois, ela terá 180 dias para concluir os trabalhos.

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