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Política

Uems usa linguagem neutra em edital e abre polêmica na Assembleia

Marcio Fernandes (MDB) e Rafael Tavares (PRTB) querem que universidade republique documento

Caroline Maldonado e Jackeline Oliveira | 17/05/2023 11:08
Unidade da Uems em Dourados (Foto: Diculgação/Uems)
Unidade da Uems em Dourados (Foto: Diculgação/Uems)

Lei sancionada em 2021 garante o uso da norma culta da Língua Portuguesa nas instituições de ensino, documentos oficiais e confecções de materiais didáticos, mas a Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) lançou um edital para seleção de pós-graduação na unidade de Dourados utilizando também a linguagem neutra. Todo o documento refere-se aos candidatos sempre com "o/a/e".

Parlamentares se manifestaram contra a forma do texto em sessão na manhã desta quarta-feira (17), inclusive o autor da Lei 5.820/2021, deputado estadual Marcio Fernandes (MDB).

Lei - Conforme a lei, "é obrigatória a utilização da norma culta da Língua Portuguesa nos instrumentos de aprendizagem utilizados no ambiente escolar, nos documentos oficiais e na confecção de materiais didáticos, como forma de padronização do idioma oficial do país".

A obrigação não se aplica apenas em casos que houver necessidade de utilização da língua indígena no ambiente escolar. A lei não diz que é proibido o uso da linguagem neutra, mas que é obrigatória a utilização da norma culta da Língua Portuguesa.

Segundo o deputado, apesar de a Uems ter usado também a norma padrão, o documento viola a lei. Ele acredita que novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da Língua Portuguesa contrariam as regras gramaticais consolidadas e nacionalmente ensinadas.

"Se é lei é preciso cumprir. Pedi que o presidente faça o requerimento para que seja retificado esse diário oficial. Não sei se foi proposital ou desconhecimento da lei", disse Marcio.

Requerimento - O deputado Rafael Tavares (PRTB) levantou o assunto e disse que enviará um requerimento para que a universidade seja informada da lei e faça outra publicação. Ele classificou o texto como "ridículo", além de uma "lacração comum em universidades públicas" que não pode "passar batida".

Está feito esse requerimento e essa denúncia para que não utilizem, principalmente nas universidades, esse tipo de linguagem que me parece algo até infantil e coloca todos os alunos em situação ridícula”, disse Tavares.

Marcio pediu que o requerimento fosse enviado pela Casa de Leis, por se tratar de lei. O presidente da mesa, Gerson Claro (PP), pediu para ver o documento e informou que, se constatada a veracidade da informação, fará o requerimento.

Quando o projeto de lei foi discutido pela primeira vez na Assembleia Legislativa em 2021, teve até bate-boca. Onze deputados foram favoráveis e sete se posicionaram contra. A votação foi marcada pela discussão encabeçada pelo deputado Pedro Kemp (PT). Desta vez, ninguém questionou as manifestações dos parlamentares que reclamaram do edital.

Deputados durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa nesta manhã (Foto: Jackeline Oliveira)
Deputados durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa nesta manhã (Foto: Jackeline Oliveira)

Edital - Na página 79 da edição de hoje (17) do DOE (Diário Oficial Eletrônico) de Mato Grosso do Sul, o documento diz que "torna público o presente edital para abertura de inscrições visando a seleção de candidatos/as/es a aluno regular no Curso de Pós-graduação lato sensu em Currículo e Diversidade, para ingresso no segundo semestre do ano de 2023".

Em outro trecho, o edital traz que "poderão inscrever-se no Curso de Pós-graduação lato sensu em Currículo e Diversidade, egressos/as/es e demais profissionais graduados em Pedagogia e/ou demais licenciaturas e bacharelados".

A reportagem solicitou à assessoria e aguarda resposta da Uems sobre o assunto.

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