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Política

“Um genocídio”, diz Fábio Trad sobre isolamento proposto por Bolsonaro

"Quem opta pelo isolamento vertical é criminoso. É ‘dolosamente homicida’”, defende deputado sobre a ótica jurídica

Anahi Zurutuza | 27/03/2020 14:22
Deputado federal e advogado, Fábio Trad gravou vídeo falando sobre responsabilidade jurídica de gestores (Foto: Reprodução)
Deputado federal e advogado, Fábio Trad gravou vídeo falando sobre responsabilidade jurídica de gestores (Foto: Reprodução)

Irmão do prefeito Marquinhos Trad (PSD) e primo do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o deputado federal e jurista, Fábio Trad (PSD), expressou revolta com o tipo de quarentena proposta pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). O isolamento vertical, como quer o chefe da nação, consiste basicamente em confinar os mais vulneráveis ao novo coronavírus, mas permitir que outras pessoas saiam de casa para estudar e trabalhar.

“Preciso tenhamos senso de cidadania para levantar a voz e dizer que isolamento vertical agora é crime. Isso vai ocasionar genocídio”, afirmou o parlamentar, que é vice-líder de bloco composto por 13 partidos na Câmara dos Deputados.

Ele explica: “é obvio, crianças que vão à escola, jovens que forem aos seus empregos, vão se contaminar, está crescendo. Eles podem até ser assintomáticos, para eles pode ser uma ‘gripezinha’, um ‘resfriadozinho’. Mas, eles vão voltar para casa e vão contaminar o pai diabético, a mãe hipertensa, o avó que está no grupo de risco”. “Quem irá se responsabilizar pela morte destes?”, questiona.

Fábio Trad, que é advogado com quase 30 anos de carreira e foi presidente da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul), defende que os gestores optantes pelo isolamento vertical sejam responsabilizados criminalmente. “Agora em que os índices de infectados estão crescendo no Brasil, é um crime, que faz com que as autoridades que endossem essa tese, sejam consideradas coautores de homicídio coletivo”.

O deputado reforça que há o momento certo de flexibilizar regras impostas para viabilizar o isolamento social. “É preciso observar a curva de [de contágio no Brasil] e na hora que ela sinalizar estabilização, aí sim, aos poucos vamos flexibilizando. Agora, é irresponsabilidade, é uma leviandade. Quem opta pelo isolamento vertical é criminoso, é ‘dolosamente homicida’”.

Ele convoca quem compartilha da mesma opinião para protestar, mesmo que à distância. Veja:


Em Campo Grande, Marquinhos, o irmão de Fábio, impôs regras duras para comércio, empresas, obras, além de decretar toque de recolher. Mas, depois de decreto do presidente considerando igrejas e lotéricas, por exemplo, como serviços essenciais, foi pressionado e cedeu. O prefeito também não economiza críticas a Bolsonaro, ao isolamento vertical, mas explica que não pode sobrepor suas iniciativas a uma ordem federal.

Já Mandetta, o ministro e primo,  mas diretamente ligado ao governo Bolsonaro, prefere não polemizar.

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