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Reportagens Especiais

Três nomes, 3 governadores e filas enormes marcam ano do Bioparque Pantanal

Entrada gratuita nos três primeiros meses de 2023 está garantida, segundo coordenação do aquário

Cleber Gellio | 25/12/2022 07:35
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Três governadores estiveram no lançamento: Puccunelli, Reinaldo e o eleito Riedel (Heinrique Kawaminami)
Três governadores estiveram no lançamento: Puccunelli, Reinaldo e o eleito Riedel (Heinrique Kawaminami)

Não poderia ser diferente. O mês escolhido, março, quando se discute o significado da água para o planeta, ficará também gravado na memória da população de Mato Grosso do Sul. O dia 28 de março deste 2022 marcou o fim de uma espera que durou mais de uma década até a tão esperada inauguração oficial do maior aquário turístico de água doce do mundo: o Bioparque Pantanal.

O projeto, lançado há 11 anos, ganhou três diferentes nomes, primeiro Aquário do Pantanal, só um apelido. Depois, Centro de Pesquisas e Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB), e agora, após a entrega, feita por Reinaldo Azambuja (PSDB), Bioparque Pantanal.

Construída nos altos da Avenida Afonso Pena, a obra deveria custar R$ 84 milhões. A partir de 2015, no curso da operação Lama Asfáltica, deflagrada pela PF (Polícia Federal), o empreendimento foi colocado numa frenética negociação para que a obra trocasse de mãos. Foram inúmeras judicializações que levaram à paralisação das obras em 2016. O processo só foi destravado em 2018 e o aquário foi entregue com custo de R$ 230 milhões.

Dia de visitação sem agendamento lotou Bioparque logo pela manhã (Foto: Marcos Maluf)
Dia de visitação sem agendamento lotou Bioparque logo pela manhã (Foto: Marcos Maluf)

Sucesso de público e gratuidade – O site do Bioparque Pantanal, onde os agendamentos gratuitos para visitas são feitos, foi lançado dia 22 de abril. Em poucos meses o sucesso de público foi tão grande que as vagas disponíveis não foram suficientes. No mês de julho, por exemplo, o sistema foi aberto à meia-noite, com 23,5 mil vagas que se esgotavam em horas, para maioria dos grupos.

E assim o ritmo de público seguiu nos meses subsequentes, ainda mais porque foram abertas visitas sem agendamento. Como no dia 12 de outubro quando, com limite de mil vagas, às 5h, o local já estava lotado de pessoas que levantaram cedo no feriado para conhecer as espécies que ali vivem.

Para quem ainda não teve a oportunidade de conhecer o local, as visitas gratuitas continuarão até o mês de março de 2023, conforme informou o setor de comunicação do parque.

No site oficial do Bioparque, no campo de agendamentos, a informação é de que a agenda, até 30 de dezembro, já está esgotada e o público deverá aguardar por novas aberturas de datas.

Auditório próximo à entrada principal com capacidade para 250 pessoas (Foto: Henrique Kawaminami)
Auditório próximo à entrada principal com capacidade para 250 pessoas (Foto: Henrique Kawaminami)

O espaço – Chamado de "espaço de experiência e conhecimento", o parque tem com uma área de aproximadamente 27 mil m², sendo 19 mil m² de área construída na qual está instalado o museu, que atualmente conta com exposições itinerantes, mas que está em processo de implantação do MIBIU (Museu Interativo da Biodiversidade).

Suas acomodações oferecem ainda biblioteca, sala de exposição e laboratórios de pesquisa para estudantes, cientistas e pesquisadores e conta com o auditório com capacidade para 250 pessoas. Localizado na entrada principal, o ambiente com peixes transitando de um lado para o outro também tem servido de palco para encontros e eventos relacionados às mais variadas pautas do Governo do Estado.

O aquário conta ainda com um circuito de 31 tanques que abrigam 330 espécies expostas para visitação e pesquisa, em um universo de 5,2 milhões de litros de água, com capacidade para 60 mil peixes. Por enquanto, abriga 40 mil animais.

Logo na entrada, num aquário de 35 toneladas, com 6 metros de altura e 8 de comprimento, pacus exibem um balé aos visitantes. No maior dos tanques, um túnel com cúpula de sete metros de altura, por onde se espalham 1,2 milhão de litros de água, coloca o visitante dentro de um rio. A água cristalina exibe o nado dos pirarucus, um dos maiores peixes de água doce do mundo. O Bioparque Pantanal também conta com 15 jacarés e uma sucuri de três metros.

A famosa sucuri Gaby Amarantos teve nome escolhiodo pelo público (Foto: Divulgação/Bioparque)
A famosa sucuri Gaby Amarantos teve nome escolhiodo pelo público (Foto: Divulgação/Bioparque)

Os moradores – Desde sua inauguração, alguns animais tornaram-se destaque no Bioparque, como a famosa sucuri Gaby Amarantos, os jacarés, a esplêndida jaú Maria Fernanda e os recém-chegados pirarucus.

Gaby, a sucuri, é uma das estrelas. Por ser paraense foi oficialmente batizada como Gaby Amarantos, em homenagem à cantora. O nome foi escolhido pelo público no mês de maio, por meio de votação nas redes sociais. A sucuri-verde, de nome científico Eunectes marinus, uma das maiores serpentes do mundo, veio de uma área de preservação do estado do Pará, após ser resgatada com diversos ferimentos. Por isso, a direção do complexo decidiu homenagear uma personalidade paraense e disponibilizou três opções para nomeá-la: Joelma, Gaby Amarantos e Fafá de Belém.

Os peixes-palhaço ficaram muito conhecidos pelo filme de animação Procurando Nemo (Foto: Divulgação)
Os peixes-palhaço ficaram muito conhecidos pelo filme de animação Procurando Nemo (Foto: Divulgação)

O tanque itinerante também abriga uma das sensações do local, os peixes-palhaço, com cores vibrantes e uma beleza que atrai os olhares do público.

Outros habitantes apresentados no mês de agosto foram os exemplares do Acará Disco, uma espécie admirada pela sua beleza. Já no novo espaço, o tanque Corredeiras da Amazônia, foram soltos 30 cascudos Zebra King, que nasceram no laboratório de ictiologia do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), e 4 cascudos Leopardos.

Sem contar os Axolotes, salamandras localizadas na região central do México e ameaçadas de extinção. Com capacidade incrível de regenerar e se adaptar, um casal que se mudou para o Bioparque gostou tanto da casa nova que teve filhotes no mês de junho.

E por último e não menos importante, pesando 30 kg distribuídos em 1,30 metro, o peixe Adriano, da espécie pintado, chegou ao Bioparque do Pantanal no mês passado. Ele chegou acompanhado de outro pintado, duas cacharas e um dourado de 80 centímetros e foi batizado em homenagem ao seu doador. Ele fica no tanque Rios Grandes, local projetado para abrigar espécies de grande porte, representando rios profundos e volumosos.

Luan Santana em visita ao Bioparque (Divulgação/Bioparque)
Luan Santana em visita ao Bioparque (Divulgação/Bioparque)

Visitantes ilustres – Em seus nove meses de funcionamento o Bioparque já recebeu visitantes de repercussão nacional e internacional, que divulgaram a atração campo-grandense aos quatro cantos do mundo. Como o caso da embaixadora do Canadá, Jennifer May, no dia 25 de abril. Já outras situações causaram até alvoroço no local, como no dia 29 de abril, em que o cantor Luan Santana visitou o espaço e reuniu fãs enlouquecidos em busca de uma selfie com o ‘gurizinho de Jaraguari’. Também passaram pelo aquário o cantor Almir Sater, o ex-jogador de basquete Oscar Schimt, o biólogo Richard Rasmussen, entre outras celebridades.

Ruy Ohtake morreu aos 83 anos. (Foto: Antonio Basílio/Prefeitura de São José dos Campos)
Ruy Ohtake morreu aos 83 anos. (Foto: Antonio Basílio/Prefeitura de São José dos Campos)

Morte do criador – O arquiteto Ruy Ohtake, projetista do Bioparque do Pantanal, não teve a oportunidade de ver concretizada sua criação. Aos 83 anos, vivendo em São Paulo, ele sofria de câncer na medula e sua morte foi confirmada pelo irmão Ricardo Ohtake, na manhã do dia 27 de novembro de 2021.

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