Tecnologia de ponta alivia efeitos do aumento da próstata
O urologista Dr. Celso Pimenteira, destaca a importância do diagnóstico precoce e dos exames de rotina
Com mais de 25 anos de experiência, o urologista Celso Pimenteira sabe o quanto os métodos de cuidado com a saúde masculina evoluíram. Em entrevista ao Campo Grande News, ele fala da hiperplasia benigna da próstata e chama atenção para uma intervenção moderna, minimamente invasiva e que garante qualidade de vida.
"Antes operava todo mundo, em 5 anos operava de novo... Quando vieram as medicações houve uma revolução, 50% dos homens já não precisavam mais operar da próstata", lembra
A mudança começou com a introdução dos alfabloqueadores, que ajudam a relaxar os músculos da próstata e da bexiga. Em seguida, vieram os inibidores da enzima 5-alfa-redutase, como a Finasterida e a Dutasterida, que atuam reduzindo o tamanho da próstata ao longo do tempo.
Mas como o uso dos remédios não é isento de efeitos colaterais, eles começaram a causar tontura em boa parte dos pacientes e alterações na ejaculação. O principal deles é a chamada ejaculação retrógrada, em que o sêmen não é expelido, o que pode incomodar alguns homens.
Até que uma nova abordagem no tratamento chegou a Campo Grande. A técnica é chamada Rezum, procedimento que utiliza vapor de água para reduzir o volume da próstata e aliviar os sintomas urinários sem comprometer a função sexual.
Segundo o urologista Dr Celso Pimentel, responsável por realizar o primeiro procedimento no Estado, a intervenção é indicada para pacientes que sofrem com os efeitos colaterais das medicações convencionais e desejam evitar cirurgias mais agressivas. “É um tratamento feito por dentro da uretra, com sedação leve e duração de cerca de 15 minutos. No mesmo dia, o paciente recebe alta”, explica.
A técnica é indicada principalmente para próstatas com até 80 a 90 gramas, e o paciente precisa passar por exames como PSA, toque retal, ressonância e biópsia para descartar a presença de câncer antes de realizar o procedimento. “O Rezum não previne câncer, nem o provoca, mas é necessário garantir que o aumento seja benigno”, alerta o urologista.
Por se tratar de uma tecnologia recente e ainda fora do rol da ANS, o REZUM não está disponível pelo SUS. Parte do custo é coberta por planos de saúde, mas o dispositivo e o equipamento ainda precisam ser contratados à parte, com valores padronizados nacionalmente.
Apesar disso, Dr. Celso afirma que a expectativa é de que a técnica se torne cada vez mais acessível. “É uma cirurgia que melhora a qualidade de vida e pode ser realizada sem sair de Mato Grosso do Sul. O mesmo equipamento utilizado em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro está disponível aqui.
Para saber mais sobre cuidados com a saúde masculina e conhecer o que há de moderno no tratamento da próstata, ouça o Pod Cast completo.