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Capital

A lição que fica para quem foi vítima de si mesmo no trânsito

Paula Vitorino | 11/07/2012 08:44
Jovem sofreu acidente pilotando motocicleta sem CNH e distraída. (Foto: Simão Nogueira)
Jovem sofreu acidente pilotando motocicleta sem CNH e distraída. (Foto: Simão Nogueira)

Mesmo com acidentes graves, alguns com mortes, sendo noticiados todos os dias, a teoria do “só acontece com os outros” continua imperando entre os condutores, princialmente os mais jovens. Exemplos de imprudência continuam sendo vistos dia a dia do trânsito e só quem já sentiu na pele a dor do trauma parece aprender a lição.

“A gente dirige achando que nunca vai acontecer, mas acontece com todo mundo. Serviu de lição pra mim e até para quem vem me visitar, vê a situação que fiquei e fica assustado”, resume a jovem Valéria da Silva Oliveira, de 25 anos.

Ela está internada na Santa Casa desde o dia 26 de junho, depois de sofrer acidente pilotando uma motocicleta sem habilitação. Sofreu duas fraturas expostas na perna e diversas escoriações.

A jovem já passou por duas cirurgias, mas pode precisar, ainda, de procedimento de enxerto. “Minha perna ficou carne viva”, diz.

Apesar dos ferimentos, ela garante que deu sorte porque podia ter morrido. “A minha sorte é que estava devagar, senão tinha morrido”, afirma.

Ela pilotava uma motocicleta com a amiga de garupa e não parou no sinal de pare, sendo atingida por um caminhão, no bairro Jardim Tijuca. A jovem diz que foi um "minuto de distração" que a fez não prestar atenção no sinal.

“Minha amiga falou alguma coisa pra mim e eu olhei para trás, me distrai um minuto e não vi o pare”, conta.

A amiga, de 27 anos, estava com o capacete aberto e sofreu cortes na pálpebra e na maça do rosto, além de fratura na perna.

Valéria conta que tinha aprendido a pilotar há pouco tempo, mas não tirou CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e mesmo assim pegava a moto do marido.

“Só ia em locais perto”, ameniza, mas logo admite que basta alguns metros conduzindo de forma errada para entrar para as estatísticas de vítimas de acidentes de trânsito.

“Estava toda errada: sem CNH e sem prestar atenção nos sinais”, admite.

Quando receber alta do hospital, os planos da jovem são de tirar, finalmente, a CNH, mas ainda assim só andar em motocicleta na garupa.

“Eu tenho que tirar CNH, né, não tenho outra opção”, diz.

Manutenção - De quem sempre diz ter sido um motorista prudente, a lição depois de acidente de trânsito é a correta conservação do veículo.

O motociclista Valdemar Renê, de 51 anos, se orgulha em dizer que só teve duas multas durante toda a vida de condutor, mas foi penalizado pelo descuido com o pneu careca da motocicleta.

Ele quebrou o fêmur depois de sofrer acidente de moto na saída para Sidrolândia. Estava chovendo e a moto derrapou depois de passar por um buraco.

Apesar das condições climáticas desfavoráveis, Valdemar alerta que só sofreu o acidente porque o pneu estava careca.

“Se estivesse borrachudo, não ia ter derrapado”, diz.

Rotina - Histórias como as dos dois condutores são rotina na Santa Casa. Só neste ano, entre janeiro e o dia 9 de julho, foram 2.892 vítimas de acidentes de trânsito atendidas no hospital.

Dessas, mais da metade foram motociclistas envolvidos em acidentes.

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