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Capital

Polícia encerra inquérito sobre morte de taxista após corrida em saída de show

Ana Paula Carvalho | 16/09/2011 17:28
Wesley confessou ter atirado contra taxista. (Foto: João Garrigó)
Wesley confessou ter atirado contra taxista. (Foto: João Garrigó)
Taxista foi encontrado ao lado do carro. (Foto: Simão Nogueira)
Taxista foi encontrado ao lado do carro. (Foto: Simão Nogueira)

O delegado da Polícia Civil, Weber Luciano de Medeiros, encerrou ontem (15) o inquérito sobre a morte do taxista Daniel Manoel Dudu, assassinado na manhã do dia 26 de agosto deste ano, no Jardim Nascente do Segredo, em Campo Grande.

Daniel foi atingido por dois tiros na cabeça, disparados por Wesley Oliveira dos Santos, de 18 anos, durante uma corrida após um show que aconteceu no estádio Morenão no dia 25.

Após ser preso, o adolescente disse ter atirado contra o taxista porque ele fez um movimento brusco na direção da cintura, como se fosse pegar uma arma. Como a projeção da entrada da bala no corpo da vítima não batia com os fatos que ele havia descrito, na quarta-feira, pela manhã foi realizada a reconstituição do crime.

De acordo com o delegado, após ir em casa buscar a arma, Wesley voltou e chamou o taxista que já estava indo embora. Ele parou o carro e no momento em que foi descer, abaixou a cabeça, foi então que o jovem disparou dois tiros. Daniel foi encontrado caído ao lado do carro.

Participaram da reconstituição, quatro peritos criminalistas, testemunhas, Corpo de Bombeiros, a adolescente, namorada de Wesley, o delegado e quatro investigadores de polícia.

Wesley foi encaminhado, hoje, ao presídio de trânsito. O tio dele que o ajudou a se esconder, assinou um TCO (Termo Circunstância de Ocorrência) e responderá pelo crime de favorecimento real. O jovem foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, pela vítima não ter como se defender e pelo emprego de arma de fogo.

O caso - O crime aconteceu quando ele e a namorada, que está internada na UNEI Estrela do Amanhã retornavam para casa após terem passado a noite do dia 25 e a madrugada fora.

Segundo o rapaz, enquanto sua namorada assistia ao show que era realizado no estádio Morenão, ele ficou do lado de fora fazendo uso de entorpecente, “cheirando pó”, nas palavras dele, e ingerindo bebidas alcoólicas.

Ao fim do evento, o casal entrou no táxi e pediu corrida até o bairro onde moram. Lá, Daniel foi morto. Segundo a Polícia Civil, os jovens não tinham dinheiro para pagar o serviço. Na primeira versão de Wesley, o trabalhador xingou sua namorada.

Manoel chegou a ser socorrido e levado à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Versão do autor- De acordo com a Polícia Civil, o jovem disse que tinha no bolso R$ 20 e a corrida custou R$ 48. Diante disso, falou para o taxista que iria em casa pegar o restante do dinheiro.

Na versão dele, o trabalhador aceitou, mas na condição de que a garota esperasse dentro do carro. E assim foi feito.

Além do dinheiro, Wesley também pegou a arma de fogo, que, segundo ele, é utilizada para defesa pessoal, pois tem desafetos no bairro. Ao chegar no veículo, flagrou Daniel xingando a adolescente.

Alegando que não admite ofensas à mãe da filha dele, Wesley e o taxista discutiram. Na versão do autor, Daniel saiu do veículo e fez menção de estar armado. Foi quando Wesley virou de costas e disparou dois tiros, os quais acertaram a cabeça de Daniel. A Polícia Civil não acredita nesta versão do autor.

Fuga- Após os disparos, o assassino do taxista conta que fugiu em uma bicicleta e foi para a casa da avó, que foi quem contou a ele que Daniel havia morrido.

Conforme Wesley, após isso, ele foi para um matagal próximo à UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), onde ficou escondido por dois dias. Os últimos 10 ficou na chácara, onde um amigo do tio dele trabalha como caseiro.

O delegado responsável pelas investigações, Weber Luciano de Medeiros, conta que viu Wesley pescar, ingerir bebidas alcoólicas, demonstrando estar tranquilo. Segundo o delegado, o jovem poderia fugir em meio ao mato ou pelo rio e por isso foi feito monitoramento das atividades dele e diante disso traçada a estratégia de prisão.

A arma utilizada no assassinato ainda não foi localizado. Wesley disse que a jogou nas proximidades de sua casa.

Wesley tem várias passagens pela Polícia quando era adolescente, entre elas tráfico, roubo e lesão corporal.

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