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A criminalização dos movimentos sociais

Por Mauricléia Soares dos Santos e Rosineide Pereira da Silva (*) | 16/09/2014 08:13

Após as Jornadas de Junho de 2013, os movimentos sociais vêm crescendo e criando força em todo o País. O povo foi às ruas por 20 centavos, como também reivindicar saúde, educação, moradia, transporte e políticas públicas - direitos conquistados na década de 1980, através de greves, mobilizações e lutas dos trabalhadores, mas que ao longo da história vêm sendo retirados gradualmente, sucateados e precarizados.

O discurso promovido pelos governantes e disseminado pela mídia perante a sociedade é de que os protestos e as lutas sociais são promovidos por “bandidos, desocupados e oportunistas”, caracterizando um ataque ao direito da propriedade privada. Essa posição alimenta o discurso de criminalização da pobreza, como se lutar por direitos fosse crime, a exemplo da luta por moradia.

Em um terreno vazio e sem qualquer tipo de utilidade há mais de 30 anos, localizado na estrada da Alpina, Jardim Três Montanhas, na cidade de Osasco,, a ocupação Esperança surgiu logo após as manifestações de junho de 2013 e possui, pelo menos, 700 famílias acampadas. Ao longo deste período, foram construídos pelos ocupantes espaços coletivos como: banheiros, escola popular, cozinha e horta comunitárias, além de uma rede de distribuição de energia elétrica e água.

Essas pessoas buscam sobreviver em regiões dominadas pela especulação e concentração imobiliária e altos preços de aluguéis e imóveis, lutando por seus direitos, previstos na Constituição Federal de 1988.
Quando os movimentos sociais e sindicais se manifestam, protestam e lutam por seus direitos, são reprimidos, perseguidos e criminalizados. Em todo o País, são milhares de ativistas detidos, presos e indiciados, alguns chegando a morrer em mobilizações e greves.

(*) Mauricléia Soares dos Santos, presidente do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (CRESS) e Rosineide Pereira da Silva, membro do CRESS-SP

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