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Dedicação ao ensino

Por Luiz Gonzaga Bertelli* | 31/10/2011 12:30
Luiz Gonzaga Bertelli
Luiz Gonzaga Bertelli

A palavra educador vem do latim educare, que significa dirigir, conduzir, guiar. Desde o primeiro até o último dia em sala de aula, é o professor que mostra o caminho a seguir – um percurso repleto de novidades, de descobertas, de investigações, que valerá por uma rica preparação para uma vida melhor. Cabe ao docente a nobre função de despertar no aluno o amor pelo aprendizado e de formar cidadãos conscientes, que compreendam a realidade em que vivem e sejam capazes de construir o presente e o futuro.

Nesta época de desvalorização sistemática da carreira de magistério e até de crescente desrespeito à figura do mestre, tanto fora como dentro da sala de aula, muitos desses profissionais lutam diariamente para vencer os entraves que dificultam o cumprimento da missão a que se propuseram, entre os quais se incluem desde baixos salários e sérias deficiências na gestão escolar até falta de apoio das famílias e mesmo agressões físicas por parte dos alunos.

Foi para valorizar e homenagear os docentes que o CIEE criou, em 1997, em parceria com o Jornal O Estado de S. Paulo, o prêmio Professor Emérito – Troféu Guerreiro da Educação, concedido anualmente a uma personalidade que se destacou tanto no exercício de sua especialidade quanto na arte de ensinar as novas gerações.

Neste ano, uma médica pioneira e inovadora foi décima-quinta personalidade agraciada com o prêmio. Trata-se de Angelita Habr-Gama – professora titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), primeira mulher a se destacar no campo da cirurgia no Brasil e referência mundial em coloproctologia (e a terceira a ingressar na galeria dos Guerreiros da Educação, precedida pela antropóloga Ruth Cardoso e pela ex-ministra da Educação Esther de Figueiredo Ferraz). Além de mestra de várias gerações de médicos, Angelita também é exemplo do valor do estudo e da dedicação ao trabalho para a realização profissional e pessoal. Não foram poucas as dificuldades que superou para atingir seus objetivos. Na época em que fez o curso de medicina, não havia mulheres com prática em cirurgia no Brasil, que era “coisa de homem”. Mas a filha de libaneses, da distante Ilha do Marajó, não se deu por vencida. Estudou, treinou, lutou, e se transformou numa profissional respeitada aqui e no mundo.

No dia 21 de outubro, o Teatro CIEE estava lotado para homenagear Angelita, que recebeu das mãos de Ruy Martins Altenfelder Silva, presidente do Conselho de Administração do CIEE, o Troféu Guerreiro da Educação. “Esse momento representa um dos mais expressivos da minha existência”, disse ela, visivelmente emocionada. Outros professores eméritos premiados em anos anteriores, que como Angelita também representam guerreiros da educação e do magistério, também compareceram a cerimônia, como o jurista Ives Gandra da Silva Martins (2007), o cardiologista Adib Jatene (2009), o advogado José Cretella Junior (2010) e o sociólogo José Pastore (2001).

(*) Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.

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