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Depois do dilúvio...

Por Heitor Freire (*) | 29/10/2014 14:19

“E Javé disse: Vou exterminar da face da terra os homens que criei, e junto também os animais, os répteis e as aves do céu, porque me arrependo de tê-los feito” (Gn 6,7).

“Então Javé disse a Noé: Para mim, chegou o fim de todos os homens, porque a terra está cheia de violência por causa deles. Vou destruí-los junto com a terra” (Gn 6,13).

“Eu vou mandar o dilúvio sobre a terra, para exterminar todo ser vivo que respira debaixo do céu, tudo o que há na terra vai perecer” (Gn 6,17).

“E Javé disse a Noé: Entre na arca com toda a sua família, porque você é o único justo que encontrei nesta geração” (Gn 7,1).

E Deus mandou 40 dias e 40 noites de chuva. Somente Noé e sua família, junto com um casal de cada animal que havia na terra, sobreviveram.

Quando o dilúvio cessou e a terra voltou a ser o que era: “Então Javé disse a Noé: Saia da arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos... sejam fecundos e se multipliquem na terra”. (Gn 8, 15, 17).

Esse panorama de caos e ressurgimento que aconteceu lá atrás nos tempos bíblicos é o mesmo cenário, mutatis mutandis, com o que está se registrando hoje.

Vivemos uma turbulência do período da propaganda eleitoral e finalmente, depois de 43 dias de propaganda política no primeiro turno e mais 17 no segundo turno, chegaram as eleições que definiram o nosso governador e o nosso presidente. Foi um período desastroso para a política, equivalente ao que representou para os povos antigos o dilúvio, com seu poder saneador. Mas o vendaval passou.

Aqui em nosso estado tivemos a felicidade eleger Reinaldo Azambuja que encarna com muita perfeição o ideal da mudança que permeou o país de norte a sul, de leste a oeste. Um novo horizonte se descortinou e temos certeza que com as bênçãos do nosso Pai Altíssimo a nova paisagem vai nos permitir agir com consciência, determinação, coragem, ousadia e vontade inabalável de atender os anseios maiores do nosso povo.

No país, a maioria do povo preferiu outro caminho, a permanência do statu quo reinante. Só nos cabe aceitar e respeitar o que não podemos mudar. Sabemos também que nada acontece por acaso. Não podemos deixar de continuar na luta pelo que acreditamos. Ocorreu um acidente de percurso que não vai mudar o nosso foco.

Acredito que nasceu um novo líder que o povo aguardava ansioso e que deixou como legado a esperança de novos rumos. De agora em diante não podemos acompanhar política somente em época de eleições.

É preciso entender que nenhuma eleição acaba com a corrupção, um vírus, infelizmente, já incorporado à rotina da política. Para reduzi-la precisamos primeiro de consciência verdadeira, de instituições políticas fortes, bem pensadas e bem estruturadas, reforma política, com redução de partidos, um sistema rígido de controle e penalização – judiciário independente, polícia competente, código civil rigoroso, penas severas.
Todas essas medidas não dependem apenas do poder executivo, mas também do legislativo e do judiciário, que precisarão ser impulsionados pelo clamor popular.
A luta continua.

Não se consegue mudar o cenário de um país de uma hora para outra. A semente foi bem plantada. Por enquanto só temos a intenção da semente. Mas vamos regá-la para que a árvore da mudança possa se desenvolver e renascer frondosa e altaneira.

Eu sempre ouvi dizer que a esperança é a última que morre. Mas aprendi que a esperança não morre nunca. Agora é bola pra frente.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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